Unidos de Padre Miguel, Imperatriz, Viradouro e Mangueira desfilam hoje na Sapucaí

Começam às 22h deste domingo os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro, no sambódromo da Marquês de Sapucaí. Esta noite vai reunir uma escola que passou cinco décadas longe da elite, as duas melhores do desfile passado e uma das mais populares.Primeira a desfilar, a Unidos de Padre Miguel volta à elite após 53 anos – seu último desfile nesse grupo foi em 1972. Após cinco vice-campeonatos em oito anos na segunda divisão, foi campeã desse grupo em 2024 e retorna ao desfile principal.A escola, conhecida como Boi Vermelho da Zona Oeste, vai falar sobre o primeiro terreiro de candomblé do Brasil, criado no século XIX em Salvador e chamado Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho. Abordará também sua fundadora, a ialorixá Iyá Nassô, nascida Francisca da Silva. O carnavalesco é Alexandre Louzada. Uma das atrações será um boi articulado e lançando jatos de ar, esculpido por artistas que atuam no festival de Parintins, na Amazônia.

A segunda escola a desfilar hoje, a partir das 23h30, será a Imperatriz Leopoldinense, atual vice-campeão, que vai contar uma história da mitologia dos orixás: a viagem de Oxalá ao reino de Oyó para visitar Xangô. Segundo o mito, Oxalá descumpriu conselhos de um babalaô para desistir da viagem e acabou preso. Uma alegoria com 5.000 litros de água vai representar a cerimônia das águas de Oxalá, que teve origem nesse mito e é muito praticada no candomblé. O carnavalesco é Leandro Vieira, que tem três títulos no currículo (dois pela Mangueira, em 2016 e 2019, e um pela Imperatriz, em 2023).

A terceira escola será a Viradouro, atual campeã, que deve ingressar na Sapucaí à 1h de segunda-feira. Ela vai falar sobre Malunguinho, entidade religiosa das culturas africana e indígena muito popular em Pernambuco. Em vida, Malunguinho foi João Batista, liderança do quilombo pernambucano do Catucá. O carnavalesco é Tarcísio Zanon.A última escola a se apresentar nesta primeira noite de desfiles na Sapucaí será a Mangueira, que vai discorrer sobre a presença dos povos bantos no Rio de Janeiro. Essa é a etnia da maioria dos negros que foram trazidos da África (de regiões onde hoje ficam Angola, Congo e Moçambique, por exemplo) para o Brasil como escravos. A escola vai contar a influência que eles tiveram na rotina da cidade. Itens da culinária, hábitos do cotidiano e palavras como xodó, chamego, fubá e jiló são heranças desses povos.O carnavalesco da verde e rosa é Sidnei França, que ganhou fama em São Paulo, onde conquistou cinco títulos da primeira divisão, com Mocidade Alegre e Águia de Ouro, e um da segunda, com a Vai-Vai. Será a estreia dele na elite das escolas de samba do Rio de Janeiro.Ao final dos desfiles haverá uma roda de samba na Praça da Apoteose, que deve se estender das 4h30 às 6h.Na segunda noite de desfiles, na segunda-feira, 3, vão se apresentar Unidos da Tijuca, Beija-Flor, Salgueiro e Vila Isabel, e na terceira noite, na terça-feira, 4, será a vez de Mocidade Independente, Paraíso do Tuiuti, Grande Rio e Portela. A apuração será na quarta-feira, 5, na Cidade do Samba.1Novo formato, roda de samba na Apoteose, despedidas de intérprete e rainha: as novidades da SapucaíDesfiles no Rio começam neste domingo, 2, com Unidos de Padre Miguel, Imperatriz, Viradouro e Mangueira. Neguinho da Beija-Flor cantará pela última vez pela Nilópolis e Paolla Oliveira se despede do posto de rainha da Grande Rio

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