Sexto feminicídio no MS. E contando…

Giseli é a sexta mulher assassinada por seu companheiro no Mato Grosso do Sul em apenas dois meses. Outras também terão o mesmo destino… logo mais. Quatro brasileiras são mortas por dia pelos que se intitulam maridos, namorados ou companheiros. Por inimaginável, há quem os defenda. Cometeram o ato bárbaro de produzir um filme que dá voz – e tenta semear dúvidas – a  Marco Antônio Heredia, o marido covarde que tentou matar Maria da Penha duas vezes. Maria da Penha tem oitenta anos. Há poucos dias, Maria da Penha fez oitenta anos com uma grande festa em sua casa. Além dos familiares, muitos dos que com ela lutaram pela aprovação da lei que leva seu nome, lá estavam presentes. É fundamental sempre recordar que essa farmacêutica-bioquímica cearense tem uma vida extraordinária marcada pelo terror machista-covarde. Enfrentou duas tentativas de assassinato e uma formidável batalha judicial que venceu. Se fosse de uma grande cidade, certamente teriam contado sua vida em uma série da Netflix. Apesar dos anos e das ameaças, segue firme. “Nem a metade do caminho”. Em 1983, um casal de médicos, vizinho de Maria da Penha a salvou dos tiros disparados pelo marido. Estava gravemente ferida. Graças à rápida reação da dupla de médicos, Maria da Penha sobreviveu. Viva, mas presa em uma cadeira de rodas devido ao balaço na coluna. Depois de uma longa hospitalização, voltou à casa e foi alvo de outra tentativa de assassinato, dessa vez, o marido transformou o chuveiro em cadeira elétrica. Maria sobreviveu novamente. Agarrou suas filhas e fugiu. A lei que leva seu nome é considerada pela ONU a segunda melhor do mundo contra o feminicídio. Mas ela e todos que continuam a lutar consideram que sua aplicação está longe da ambição original. Maria da Penha diz que: “não estamos nem na metade do caminho”. Avanços e necessidades. Pelo menos as mulheres mais ilustradas já não permanecem em silêncio. As famílias não se envergonham mais e denunciam os covardes. Existe uma crescente conscientização e patrulhas policiais, ainda que mal organizadas, para defendê-las. Mas as mulheres das pequenas cidades estão desamparadas. A rede de apoio só existe nas grandes cidades.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.