HGRU11, GAME11 e fundos com desconto estão entre destaques do Bom Dia FIIs (6/3)

Os FIIs que começam o mês com forte desconto, relatórios detalhados dos fundos imobiliários GAME11 e RPRI11 e uma venda realizada pelo HGRU11 estão entre os destaques do mercado nesta quinta-feira (6), primeiro dia de março com negociação integral para os fundos imobiliários.

Nesta quarta-feira de Cinzas (5) o mercado funcionou apenas à tarde e o IFIX terminou o dia em 3.122,11 pontos, leve alta de 0,02% em relação ao fechamento de sexta-feira, 28 de fevereiro, de  3.121,48 pontos.

Para o mês de março, analistas se dividem entre a possibilidade de que o mercado se mantenha aquecido diante do cenário de fundos imobiliários com preços ainda pressionados, abaixo do valor patrimonial, e o risco de refluxo desse cenário diante da iminência de nova alta da Selic, na reunião do Copom marcada para 18 e 19 de março.

O provável aumento de 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano, deve ampliar a preferência do investidor médio por levar seus recursos para a renda fixa. Por sua vez, isso manterá a pressão sobre o valor de mercado das cotas. 

Ao mesmo tempo, os FIIs cujos fundamentos permanecem, como carteiras de recebíveis em dia e bons portfólios de imóveis, seguem se mostrando como boas opções. Além de boa rentabilidade mensal, com dividendos isentos de imposto de renda, esses ativos podem oferecer ganho de capital no médio e longo prazo, à medida que os ativos se reaproximem de seu valor patrimonial.

Nesse cenário, selecionamos 24 FIIs que viraram o mês com preços descontados em 30% ou mais. Esse cálculo é feito a partir do P/VP, indicador que mede a relação entre o preço de negociação de um ativo no mercado e seu valor patrimonial, considerado um valor mais consolidado e com menor flutuação.

Isso vale ainda mais no caso dos chamados FIIs de tijolo, nos quais o valor patrimonial diz respeito ao preço dos imóveis, que passam por reavaliações periódicas. Dos 24 fundos selecionados, 23 são de diferentes segmentos de tijolo, e apenas um está entre os chamados FIIs de papel, o URPR11, que negocia principalmente recebíveis imobiliários.

Confira outras notícias do mercado de fundos imobiliários:

GAME11 mantém guidance e projeta maior resultado em 12 meses

O fundo imobiliário GAME11 reforçou a manutenção de seu guidance de dividendos para os próximos três meses, mantendo a distribuição mínima de R$ 0,095 por cota, além de projetar o maior resultado dos últimos 12 meses. Em fevereiro, o resultado líquido do fundo foi de R$ 1,9 milhão.

Em janeiro, o fundo registrou um resultado de R$ 0,10 por cota. Com base no fechamento da cota em janeiro, o DY do fundo foi de 1,16%. No passo que, nos últimos 12 meses, o DY anualizado foi de 12,12%.

A Guardian, gestora do fundo, destacou que o saldo acumulado em reservas de resultado segue robusto, atingindo R$ 0,046 por cota, o que reforça a estratégia de evitar volatilidade na distribuição mensal de dividendos.

Em janeiro, o GAME11 adquiriu novas posições em CRIs já presentes no portfólio, utilizando o fluxo de caixa gerado pela liquidação do fundo imobiliário. A gestão indicou que segue cautelosa nas decisões de investimento e já negocia novas alocações para o primeiro trimestre de 2025. Um dos CRIs do portfólio terá vencimento antecipado no próximo mês e será substituído por um ativo do mesmo perfil de risco, mas com spread atualizado aos níveis atuais do mercado, o que pode aumentar a rentabilidade da carteira.

RPRI11 tem resultado de R$ 3,75 milhões e elevação de rating em carteira

O fundo imobiliário RPRI11 registrou um resultado de R$ 3,75 milhões em janeiro, reforçando a solidez da carteira de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), segundo relatório gerencial mais recente. Além disso, um dos principais ativos do portfólio teve seu rating aumentado.

No período, o fundo distribuiu R$ 1,00 por cota, o que representa um dividend yield anualizado de 16,23%, equivalente a uma rentabilidade ajustada de IPCA + 13,88% ao ano. A próxima distribuição, anunciada na última sexta-feira e marcada para 14 de março, será de R$ 1,05 por cota.

O mês de janeiro foi marcado pelo vencimento da operação Setin Terreno, que representava R$ 1,1 milhão em exposição, equivalente a 0,3% do patrimônio líquido (PL) do fundo. Com isso, o RPRI11 encerrou janeiro com 23 operações em carteira, todas adimplentes com suas obrigações financeiras.

Segundo a RBR Asset, gestora do FII, entre os diferenciais do RPRI11 está o alto nível de controle sobre seus investimentos. Atualmente, 94% das operações foram ancoradas pela própria RBR, ou seja, foram originadas, estruturadas e/ou investidas em mais de 50% da emissão.

BTCI11 vê lucro saltar 24,45% e dividendos rendem 129,5% do CDI

O fundo imobiliário BTCI11 registrou um lucro de R$ 9,141 milhões em janeiro, o que representa um aumento de 24,45% em relação ao resultado registrado no mês anterior, quando o lucro reportado tinha sido de R$ 7,345 milhões.

No fechamento do mês, o preço da cota na B3 era de R$ 8,25. Com base nesse valor, o fundo registrou um dividend yield de 1,1% no período mensal, o que resulta em um retorno de 13,4% ao ano, ou ainda, 129,5% do CDI.

A carteira do BTCI11 é diversificada, com seus ativos distribuídos por diferentes segmentos do mercado. O setor logístico, com 38% de participação, representa a maior fatia da carteira, seguido pelo setor de shoppings, que corresponde a 25%. O setor residencial ocupa 18% da composição do fundo.

Em relação aos indexadores dos ativos da carteira, a maior parte está atrelada ao IPCA, que representa 72% do portfólio, com spread médio de 7,0%.

HGRU11 faz venda milionária de imóvel e retorno chega a 15,8% ao ano

O fundo imobiliário HGRU11 formalizou a venda de um imóvel localizado na cidade de Ibiporã, no Paraná, pelo valor de R$ 4,935 milhões, equivalente a R$ 4.993,33 por metro quadrado. 

O imóvel havia sido adquirido pelo HGRU11 em 6 de novembro de 2020, e o total investido, incluindo o preço de aquisição, custos de transação e benfeitorias, somou R$ 3,576 milhões, o que representa R$ 3.617,97 por metro quadrado.

Com isso, a venda gerou ao fundo imobiliário HGRU11 um lucro de R$ 1,359 milhão, o que representa aproximadamente R$ 0,06 por cota. O preço de venda foi 38% superior ao valor inicialmente investido, assim como 28% superior ao valor do laudo de 2024 e 30% superior ao valor do laudo de 2023. A taxa interna de retorno anualizada dessa operação foi de cerca de 15,8%.

A venda do imóvel impactará indiretamente a distribuição de rendimentos do HGRU11, já que o lucro gerado pela transação será incorporado à base de cálculo para o pagamento de dividendos no semestre vigente.