Luighi recebe apoio de Rony e lamenta caso de racismo no Paraguai: ‘Dói na alma e deixa cicatrizes’

View this post on Instagram A post shared by Luighi (@luighihanri)Luighi voltou a falar sobre o caso de racismo que sofreu durante jogo do Palmeiras pela Libertadores sub-20. Desta vez em um post no Instagram, o atacante de 18 anos questionou novamente até quando casos como esses se repetirão, além de citar que o episódio “deixa cicatrizes”. Mais cedo, após a partida, o garoto fez um forte desabafo em entrevista para a Conmebol TV.“Dói na alma. E é a mesma dor que todos os pretos sentiram ao longo da história, porque as coisas evoluem, mas nunca são 100% resolvidas. O episódio de hoje deixa cicatrizes e precisa ser encarado como é de fato: crime. Até quando? É a pergunta que espero não ser necessária ser feita em algum momento. Por enquanto, seguimos lutando”, escreveu Luighi.O garoto chegou a jogar no time profissional, chamado por Abel Ferreira em 11 partidas. Ex-companheiro de Luighi, o atacante Rony publicou um vídeo em apoio ao jovem.

“Com racismo, tem de ser tolerância zero. É crime. Que essa pessoa que fez ato racista contra Luighi, Figueiredo, seja punido, preso. Fica aqui minha indignação”, disse o jogador que hoje está no Atlético-MG. View this post on Instagram A post shared by Rony (@rony7oficial)Richarlison, do Tottenham, foi outro jogador que se manifestou. Ele compartilhou o desabafo de Luighi no Instagram e cobrou a Conmebol. “Algo tem de ser feito!”, escreveu.O palmeirense foi alvo de cusparadas dos torcedores no Estádio Gunther Vogel, na região metropolitana de Assunção, no Paraguai, enquanto era substituído. Pelas imagens da transmissão da TV, foi possível ver um homem com uma criança no colo imitando um macaco em direção ao atacante e ao meio-campista Figueiredo.Ao final do jogo, Luighi chorou e deu uma entrevista contundente para a Conmebol TV. Ele questionou o repórter da entidade, que preferiu perguntar sobre a partida e ignorar os insultos racistas de que foi vítima o palmeirense. “É sério isso? Fizeram racismo comigo. Até quando? O que fizeram comigo foi crime. Você vai perguntar sobre o jogo mesmo? A Conmebol vai fazer o que sobre isso? Você não ia perguntar sobre isso, né? Fizeram um crime comigo. Aqui é formação, a gente tá aprendendo aqui.”Até quando o racismo será negligenciado?Você é gigante, Luighi! pic.twitter.com/DyEHhXbk61— SE Palmeiras (@Palmeiras) March 7, 2025O Palmeiras foi firme em posicionamento em que prometeu “ir até as últimas instâncias para que todos os envolvidos em mais esse episódio repugnante de discriminação sejam devidamente punidos”. Os rivais Corinthians e São Paulo também se solidarizaram.Cobrada, a CBF disse que acionou sua diretoria jurídica e fará uma representação à Conmebol para cobrar rigor nas punições. O protesto será feito ao presidente Alejandro Dominguez e à Comissão Disciplinar da entidade.A Conmebol, diferente da CBF, não tem um protocolo para casos de racismo durante as partidas. A entidade brasileira estabeleceu um gesto, em que o jogador pode fazer um “x” com os braços para denunciar discriminação, o que obriga a paralisar a partida. Ainda que o órgão sul-americano não tenha regras definidas sobre isso, o próprio protocolo da CBF foi desenvolvido a partir de sugestões dadas pela Fifa no 74º Congresso Anual da entidade, em 2024.Veja também1Luighi, do Palmeiras, é vítima de racismo, chora e cobra a Conmebol: ‘O que fizeram foi crime’2Palmeiras é firme após racismo contra Luighi no Paraguai: ‘A impunidade é cúmplice dos covardes’Em breve nota, a Conmebol rejeitou o ato. “Medidas disciplinares apropriadas serão implementadas, e outras ações estão sendo avaliadas em consulta com especialistas da área”.O artigo 4b do estatuto da Conmebol cita como um dos objetivos da entidade “promover o futebol na América do Sul, respeitando os direitos humanos, em um espírito de paz, compreensão e jogo limpo, garantindo que não exista discriminação de um indivíduo ou grupo de pessoas por razões políticas, de gênero, religião, raça, origem étnica, nacionalidade ou qualquer outro motivo”.Em casos como esse, o procedimento padrão prevê que, uma vez recebidos todos os documentos da partida, incluindo os relatórios de árbitros e oficiais de partida, e também outros que podem ser incluídos, como vídeos, é aberta uma investigação. Se for o caso, segue para a Unidade Disciplinar para as medidas cabíveis.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.