CBF repudia decisão da Conmebol e reafirma compromisso com ‘tolerância zero’ ao racismo

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou uma nota oficial neste domingo para manifestar sua indignação com a punição imposta pela Comissão Disciplinar da Conmebol ao Cerro Porteño, em razão do episódio de racismo contra os jogadores do Palmeiras, Luighi e Figueiredo, ocorrido durante uma partida da Libertadores Sub-20. A decisão da entidade, que multou o clube paraguaio em US$ 50 mil (cerca de R$ 290 mil) e determinou portões fechados para suas próximas partidas, foi criticada pela CBF por sua “completa inefetividade” no combate à discriminação racial.
Em sua declaração, a CBF lembrou que o racismo no esporte vai além de uma simples infração, sendo uma violação grave dos direitos humanos, e compromete os valores de respeito, inclusão e igualdade que devem prevalecer nas competições esportivas. “O racismo no esporte, além de ser uma afronta à dignidade humana, compromete os valores de respeito, inclusão e igualdade que devem nortear as competições esportivas”, diz a nota.O episódio que originou a punição ocorreu na última quinta-feira (6), durante a partida entre Palmeiras e Cerro Porteño, quando os jogadores Luighi e Figueiredo foram alvos de insultos racistas por parte dos torcedores paraguaios. Luighi, em entrevista após a partida, questionou a indiferença da Conmebol diante da gravidade do ocorrido, criticando a falta de ação imediata por parte dos organizadores. “Fizeram um crime comigo. Aqui é formação, a gente tá aprendendo aqui”, disse, visivelmente emocionado.Apesar da denúncia formal feita pela CBF, que incluiu um documento de 29 páginas pedindo a exclusão do Cerro Porteño da competição, a Conmebol optou por uma punição branda. A entidade brasileira reafirmou seu compromisso com a luta contra o racismo e disse que irá buscar as instâncias superiores do futebol mundial para que o episódio não fique impune.O Palmeiras também se manifestou publicamente contra as punições brandas aplicadas ao Cerro Porteño, afirmando que as sanções são insuficientes para combater o racismo no futebol. A presidente do clube, Leila Pereira, chegou a sugerir a exclusão do clube paraguaio da competição e prometeu levar o caso à Fifa, destacando que as medidas da Conmebol são insuficientes e falham em combater a discriminação racial no futebol.
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