Dia nacional de combate ao sedentarismo alerta para os riscos da inatividade física

Dez de março marca o Dia Nacional de Combate ao Sedentarismo. Criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para incentivar hábitos mais saudáveis, a data foi instituída para conscientizar a população sobre os perigos da falta de atividade física e, com isso, evitar doenças crônicas, como obesidade, diabetes e problemas cardiovasculares.

De acordo com a OMS, o sedentarismo é responsável por cerca de 5 milhões de mortes anuais no mundo. No Brasil, estima-se que quase metade da população não pratica exercícios físicos regularmente, o que aumenta a vulnerabilidade a diversas doenças. O impacto dessa realidade pode ser observado no aumento da taxa de obesidade e nos custos da saúde pública.

Para o médico ortopedista e especialista em fisiologia do exercício Paulo Muzy, a falta de movimentação não afeta apenas o corpo, mas também a saúde mental. “O sedentarismo não compromete somente a condição física, mas também influencia negativamente a produção de hormônios essenciais para o bem-estar, como a serotonina e a dopamina. Isso pode levar a quadros de ansiedade e depressão”, explica Muzy.

Ele também destaca que o sedentarismo gera impactos metabólicos severos: “Se o seu corpo não passa por uma situação de gasto energético, ele vai se desadaptando ao uso da capacidade física. Isso significa que, mesmo consumindo a mesma quantidade de energia, essa energia será armazenada, favorecendo o ganho de peso e o surgimento de doenças como diabetes e hipertensão”.

O especialista ressalta que mudanças simples na rotina já trazem benefícios para a saúde. “Não é necessário passar horas na academia para sair do sedentarismo. Atividades simples, como caminhar 30 minutos por dia, usar escadas em vez de elevadores ou praticar esportes recreativos, já fazem diferença. Mas é importante lembrar que exercício precisa ter regularidade e ser bem orientado. O corpo responde a estímulos, e se você não se movimenta, isso também é um estímulo – negativo”, pontua.

Segundo dados do IBGE indicados por Muzy, 47% dos adultos brasileiros são sedentários, e o número é ainda mais alarmante entre os jovens, atingindo 84%. “Antes, as pessoas ficavam sedentárias depois dos 25 anos, quando entravam no mercado de trabalho. Hoje, vemos adolescentes que já são sedentários, o que significa que teremos um aumento gigantesco de problemas de saúde no futuro”, alerta.

A recomendação da OMS é que adultos pratiquem ao menos 150 minutos de atividades físicas moderadas por semana, o que equivale a pouco mais de 20 minutos diários. Para crianças e adolescentes, a sugestão é de pelo menos 60 minutos diários de exercícios. “Você não precisa de muito para sair do sedentarismo. Apenas 15 minutos de corrida cinco vezes por semana já são suficientes para reduzir os riscos. Caminhada também funciona, mas exige mais tempo”, orienta Muzy.

Com o aumento das tecnologias e o crescimento do trabalho remoto, o desafio de combater o sedentarismo se tornou ainda maior. “Hoje, usamos elevador e escada rolante não para subir mais confortavelmente, mas para subir mais rápido. As pessoas estão sempre correndo, mas não separam um tempo para o exercício físico. Organização é a chave. Quem diz que não tem tempo, na verdade, não tem prioridade”, afirma.

 

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