Lula diz não ter ‘medo de cara feia’ e desafia Trump: ‘Fale manso comigo’

O presidente Lula (PT) mencionou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em fala realizada nesta terça-feira (11) em Betim (MG). Em meio às discussões do norte-americano sobre eventual taxação de produtos brasileiros vendidos aos EUA, o brasileiro pediu “respeito” e declarou “não ter medo de cara feia”.

Lula desafia Trump após presidente estadunidense anunciar aumento de tarifas sobre produtos brasileiros, especialmente aço e alumínio - Foto: Agência Brasil/YouTube/Reprodução/ND

Lula desafia Trump após presidente estadunidense anunciar aumento de tarifas sobre produtos brasileiros, especialmente aço e alumínio – Foto: Agência Brasil/YouTube/Reprodução/ND

Como parte da política protecionista de Trump, os EUA têm aplicado tarifas sobre produtos estrangeiros de países como Brasil, México e Canadá. As tarifas de 25% sobre aço e alumínio, anunciadas em fevereiro, passam a valer nesta quarta-feira (12).

Lula desafia Trump após dizer que as tarifas são falta de “respeito”

Cumprindo agenda em Minas Gerais, Lula considerou as ações desrespeitosas com o Brasil. “Não adianta o Trump ficar gritando de lá, porque eu aprendi a não ter medo de cara feia. Fale manso comigo, fale com respeito comigo, que eu aprendi a respeitar as pessoas e quero ser respeitado”, disparou.

“Quero sair da Presidência entregando mais do que prometi nas eleições. O Brasil passou a ser um país respeitado. O Brasil não quer ser maior do que ninguém, mas o Brasil não aceita ser menor. Queremos ser iguais. Porque, sendo iguais, a gente aprende a se respeitar mutuamente”, concluiu o presidente.

Lula desafia Trump e exige que republicano tenha mais 'respeito' com o Brasil - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/ND

Lula desafia Trump e exige que republicano tenha mais ‘respeito’ com o Brasil – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/ND

Por meio do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o país tem dialogado e mantido conversas diplomáticas para evitar as tarifas. Nessa segunda-feira (10), Alckmin afirmou que o Brasil não é um “problema” para os Estados Unidos, no contexto das tarifas comerciais impostas pelo governo norte-americano.

Segundo o vice-presidente, a relação comercial entre os países é superavitária para os EUA, ou seja, eles exportam mais do que importam do Brasil. “Os Estados Unidos têm um grande déficit na balança comercial, importam mais do que exportam. Mas esse não é o caso do Brasil. Com o Brasil, os Estados Unidos têm superávit comercial tanto na balança de bens quanto na de serviços. O Brasil não é problema”, apontou.

Diálogos de Alckmin com os EUA

O vice-presidente também garantiu que equipes do governo brasileiro já iniciaram negociações para tentar minimizar os impactos das novas tarifas. As declarações foram feitas em entrevista a uma rádio, em meio à escalada de tensão com o chamado “tarifaço” promovido pelos EUA.

Vice-presidente Alckmin tem trabalhado em conversas com os EUA para tentar amenizar efeitos do 'tarifaço' promovido pelos norte-americanos - Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil/ Reprodução/ ND

Vice-presidente Alckmin tem trabalhado em conversas com os EUA para tentar amenizar efeitos do ‘tarifaço’ promovido pelos norte-americanos – Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil/ Reprodução/ ND

Na quinta da semana passada (6), Alckmin conversou, por videoconferência, com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, e o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer. A chamada durou cerca de 50 minutos. A expectativa é que novos encontros para tratar do tema ocorram nos próximos dias.

“Durante a conversa, foram destacados os resultados da balança comercial, apresentados os detalhes da política tarifária recíproca e houve convergência quanto aos aspectos positivos da relação entre o Brasil e os Estados Unidos”, destaco Alckmin em nota, após a reunião.

Para o vice-presidente, o debate foi “positivo”. Alckmin reforçou que a intenção do governo brasileiro é “fortalecer a complementariedade econômica entre os países e aumentar a reciprocidade, fortalecer nossas empresas e, acima de tudo, contribuir para as boas práticas comerciais entre os dois países”.

*Com informações do portal R7

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