Torcedores do Cerro Porteño seguem com comentários racistas

Luighi após confronto contra o Cerro Porteño

O Cerro Porteño, como parte da punição imposta pela Conmebol após os ataques racistas sofridos por Luighi na Libertadores Sub-20, compartilhou uma campanha antirracista em suas redes sociais. No entanto, nos comentários da publicação, novos ataques foram feitos, incluindo insinuações racistas e ofensas diretas ao jogador alviverde.

Emojis de macacos e bananas apareceram em diversas respostas ao vídeo. “Chora, Luighi”, escreveu um torcedor. “O futebol nos une, o racismo nos torna irmãos”, ironizou outro. “Vieram vendidos da África”, dizia mais um comentário. Além desses, várias outras mensagens continham teor claramente racista. Veja abaixo alguns comentários.

Dessa forma, após a repercussão, diversos brasileiros foram até a publicação para rebater os comentários ofensivos e postar mensagens antirracistas ou de protesto. Alguns marcaram o Instagram da Conmebol, Palmeiras, FIFA e outros órgãos. No entanto, até agora nenhum pronunciamento foi feito por nenhuma das partes.

 

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Uma publicação compartilhada por Formativas Club Cerro Porteño (@canteraccp)

Caso Luighi x Cerro Porteño: o que falta para combater o racismo no futebol?

O caso de racismo na Libertadores sub-20 contra Luighi, jovem atleta da base do Palmeiras, comoveu o país e potencializou a revolta da população, especialmente com a punição branda determinada para o Cerro Porteño. Historicamente, a Conmebol é negligente em casos de preconceito racial e se limita a notas de repúdio e campanhas pouco instrutivas, ineficientes para evitar recorrências.

Assim, em fala exclusiva ao SportBuzz, o professor universitário e autor do livro “Antirracismo em contos leves”, Eduardo Prazeres, explicou o descaso. “Como não há mudança de mentalidade, através da educação ou da punição, o futebol fica marcado como esporte racista. Uma solução seria uma legislação global, com tolerância zero, que previsse perda de pontos e exclusão de competições dos times e torcedores racistas”, pontuou.

Além disso, Prazeres ressaltou que a construção de um pensamento coletivo antirracista deve se mostrar presente em todas as instâncias: “O esporte, de modo geral, se aproveita do potencial dos atletas negros e depois lhes nega que continuem trabalhando na área. Deveria haver uma preocupação com a formação de técnicos e gestores, até para que se transformem em exemplo para as gerações posteriores”.


 

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