Médico acusado de matar miss tem júri adiado após Justiça aceitar recurso

Rayane era pedagoga e miss pomerana, e foi morta em junho de 2015

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Reprodução/Facebook

O julgamento do médico Celso Luís Ramos Sampaio, acusado de matar a companheira, a pedagoga e miss pomerana Rayane Luiza Berger, terá o júri adiado após o Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo (TJES) deferir recurso apresentado pela defesa do réu. O crime aconteceu em 2015, na zona rural de Santa Maria de Jetibá, Região Serrana do Estado, e Rayane tinha 23 anos na época.A defesa do médico alegou que pediu à 1ª Vara Criminal de Vitória a inclusão nos autos de mídias contendo imagens de videomonitoramento, pedido que foi negado pela Justiça de primeiro grau. Entretanto, a defesa recorreu ao TJES, que acolheu o pedido, sob alegação de que o julgamento perante o Tribunal Popular do Júri “poderia ensejar indevido cerceamento de defesa, podendo ocasionar prejuízos ainda maiores ao caso concreto, com a eventual ocorrência de nulidade do julgamento”.O julgamento estava marcado para começar nesta quinta-feira (13), às 08 horas, na nova sede do Fórum Criminal de Vitória, localizado na Avenida Fernando Ferrari.Por questões de segurança, a defesa do acusado pediu a transferência do julgamento para a capital capixaba. Anteriormente, ele estava marcado para acontecer em Santa Maria de Jetibá, onde o crime teve grande repercussão. Celso Luís responde por homicídio qualificado (por motivo fútil, com recurso que dificultou a defesa da vítima e em situação de violência doméstica — feminicídio).”Arrancaram um pedaço de mim”, diz mãe da vítimaA mãe de Rayane, Clarice Berger, que aguarda há quase 10 anos pela conclusão do caso, divulgou um vídeo em que clama por justiça e pede pela condenação do acusado.”Espero que a decisão do júri seja uma decisão verdadeira, que traga a verdade, e que ele seja punido pelo crime que cometeu. Temos que lutar todos juntos para que outras mães não passem pela mesma dor que eu e a minha família estamos passando neste momento”, afirmou.No vídeo, Clarice lembra de como era a filha e fala do sofrimento da família com o crime. “Minha filha, Rayane, era uma pessoa muito alegre, cheia de vida, cheio de amor e sonhos. A partida dela, tão repentina, trouxe uma dor enorme para toda a família. Arrancaram um pedaço de mim”.Relembre o casoRayane Berger foi assassinada no dia 6 de junho de 2015, próximo ao distrito de Alto Rio Posmosser, na zona rural de Santa Maria de Jetibá.Na ocasião, segundo a acusação, Celso Luís dopou a companheira com medicamento de uso controlado e proferiu golpes com objeto contundente, causando ferimentos na nuca da vítima. Em seguida, o réu teria colocado Rayane em um veículo e forjado um acidente automobilístico.No dia seguinte ao crime, ciclistas avistaram o automóvel em que a vítima estava, submerso num rio ao lado da estrada, e acionaram os Bombeiros Voluntários. O corpo de Rayane foi encontrado no banco do carona, sem cinto de segurança e com ferimentos na região da nuca.O veículo estava com todas as portas trancadas, sem marcas de frenagem e sem os airbags acionados, o que levantou a hipótese de que não havia sido um acidente. Com isso, as investigações apontaram que o crime foi premeditado e planejado por Celso Luís.Relacionamento conturbadoO casal tinha um relacionamento conturbado, já haviam separado e reatado diversas vezes, e tinham conhecimento de traições recíprocas. Porém, uma das traições teria sido o motivo de Celso Luís planejar e executar o crime contra Rayane.Na denúncia, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) também detalha a cronologia dos fatos, a partir das observações de câmeras de segurança e resultados periciais. Acrescenta, ainda, que o réu estava cumprindo pena de 16 anos de reclusão por outro crime (homicídio contra um colega de profissão).

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