Carlos Alberto Gomes utiliza plano de saúde há mais de 25 anos
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Fábio Nunes/AT
O aposentado Carlos Alberto Gomes, 80 anos, tem plano de saúde desde 1998 por conta do vínculo de trabalho com a empresa onde atuava como técnico adjunto.Ele contou que, ainda assim, o custo acaba sendo elevado, já que o plano é participativo. “Eu tenho diabetes e geralmente uso o plano de saúde uma vez por ano para fazer check-up. Quem usa mais é a minha família: esposa e filha”.O aposentado conta que todo mês gasta quase a metade do seu salário pagando plano de saúde. “Mesmo impactando financeiramente, não dá para ficar sem”, finalizou Carlos Alberto.O OUTRO LADOA Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), que representa suas 140 operadoras associadas, reforçou a importância dos cuidados preventivos e da transparência nos serviços prestados pela saúde suplementar. “O compromisso do setor é garantir que todas as faixas etárias sejam atendidas com responsabilidade, qualidade e atenção às suas necessidades específicas”.Segundo a Abramge, o aumento da expectativa de vida e, consequentemente, do número de pessoas com mais de 80 anos “reforça a necessidade de um olhar estratégico para a saúde dessa parcela da população”.FIQUE POR DENTRO> Em dezembro de 2000, os beneficiários com 80 anos ou mais representavam 1% do total de usuários no Estado (6.348 de 648.277), enquanto, em janeiro de 2025, já são 2,3% (30.670 de 1.321.291).Desafios> José Cechin, superintendente executivo do IESS, destacou que, para as operadoras, o custo desse beneficiário é bem mais elevado, dadas as demandas mais recorrentes e de maior valor em serviços de saúde. > Por isso, como ele salientou, a prevenção e a promoção da saúde são muito importantes.Reajuste> Da parte dos beneficiários e contratantes, a última faixa de reajuste de preço da mensalidade por idade é a partir dos 59 anos, como lembrou José Cechin.> “Nesse caso, os valores pagos para a mensalidade são muito inferiores do que os custos, algo compensado pelo princípio do mutualismo: os mais jovens e as pessoas com melhor saúde ‘subsidiam’ os custos dos mais idosos e daqueles que necessitam de mais cuidados. Mesmo sabendo que as mensalidades não cobrem os custos nessa faixa etária, os idosos enfrentam dificuldades crescentes para pagá-las. E quanto mais idoso, maior a dificuldade, dado que a renda (normalmente de aposentadoria) cai com a idade”.Os númerosDados passados pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) mostram o aumento no número de beneficiáros de planos médicos-hospitalares com mais de 80 anos de idade no Espírito Santo.
Evolução do Estado
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Tabela
> Elaborada pelo IESS com base em informações da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a tabela acima mostra que, em dezembro de 2020, havia 6.348 beneficiários com 80 anos ou mais, enquanto em janeiro deste ano, o número atingiu 30.670, marcando um recorde no último mês.