“Virados” do plantão e com estudo no celular, candidatos sonham com Ebserh

Mesmo sem vagas imediatas para Mato Grosso do Sul, o concurso da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) atraiu quem busca melhor salário e mais estabilidade na carreira da área da saúde. Em todo o Brasil, os inscritos somam 546.042. Chegou bem cedo para fazer a prova, neste domingo (16), um grupo de técnicos de enfermagem que já atua no Humap (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian) e se graduou em enfermagem depois da posse. Eles pretendem ser admitidos como enfermeiros no mesmo local. O grupo havia acabado de deixar um plantão de 24 horas no hospital. “Acredito que a maior parte da área da saúde está no pós-plantão, tem que estar preparado para essas adversidades”, afirmou Isaac Queiroz, de 51 anos, 31 deles trabalhando na enfermagem. “Virado” na madrugada quase não dormida, o técnico de enfermagem está em busca de um salário melhor e compatível com sua atuação formação.  Ele lamenta a realidade do mercado na área, que obriga os colegas a terem dois empregos e sacrificar horários de descanso com família e amigos. “Quem não tem dois empregos na área da saúde acaba trabalhando em outra área para complementar a renda”, disse. Também técnica de enfermagem, Lucélia Moreira, 41 anos, trabalha na área há 13 anos. Ela já fez o concurso da Ebserh outras vezes e nota a disputa cada vez mais acirrada. “Todo ano a concorrência aumenta mais. Essa banca FGV cobra bastante”, disse. A candidata se refere à Fundação Getúlio Vargas, que realiza o concurso. Da odontologia, Tânia Márcia, 60 anos, também acha a concorrência grande. “Já ouvi relatos de colegas que tentaram três vezes, não conseguiram e desistiram”, conta. A enfermeira Bruna Paes, 30 anos, entende a concorrência como procura por um dos melhores salários oferecidos na área da saúde, atualmente. A Ebserh é uma empresa estatal da União. “É um salário muito bom e tem benefício na progressão de carreira também”, detalha. No celular – A maioria dos candidatos com quem a reportagem conversou falou ter estudado uma hora por dia, em média. Em muitos casos, é o que dá para fazer tendo que cumprir expediente em dois lugares diferentes. A exceção foi Renato Silva, de 39 anos, funcionário público em Terenos que não tem outro emprego. Ele é socorrista no município e conseguiu colocar na rotina 20 horas semanais de estudo. O celular virou o melhor amigo nesses momentos. “Comprei uns cursos on-line e estudei pela tela. Fazer aulas presenciais seria inviável. Eu teria que vir para a Capital toda a noite, sendo que tem o trabalho e a família para administrar”, disse.  Para o socorrista, língua portuguesa é a matéria “que mais pega”. Ele já havia feito o concurso anterior da Ebserh e aprovado. Porém, não foi chamado. O fisioterapeuta Felipe Cesar Souza, 30 anos, está de olho nos salários que a área hospitalar oferece para profissionais da sua área e quer estabilidade. Ele é um dos que estudaram uma hora por dia. O tempo é considerado suficiente por ele, que já vinha estudando para prova de residência. O concurso – O certame oferece vagas para áreas médicas, administrativas e de saúde assistencial em hospitais universitários administrados pela Ebserh, estatal ligada à União. Há 545 as vagas para posse imediata, mas elas não contemplam o Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) ou da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados). Há cadastro de reserva para cargos neles, porém.  Em Mato Grosso do Sul, são 29 em áreas administrativas, 85 para as assistenciais e 130 em especialidades médicas.  Os salários iniciais variam de R$3.057,56 a R$17.978,62. O concurso tem validade de um ano. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .
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