Sustentabilidade: requisito necessário e estratégico

Mais do que iniciativas temporárias, a implementação da sustentabilidade deixou de ser somente uma tendência ou diferencial, e se tornou um compromisso essencial nas empresas. Investir em práticas sustentáveis é uma necessidade para minimizar danos ambientais e atender aos consumidores cada vez mais exigentes e conscientes. Empresas que adotam práticas ambientalmente responsáveis não apenas reduzem impactos nocivos ao meio ambiente, mas também fortalecem sua reputação e competitividade no mercado.

Entre as vantagens de empregar o conceito sustentável está a contribuição para a redução de resíduos, podendo ser reaproveitadas as sobras dos materiais, além das tecnologias que oferecerem economia de água e energia, otimização de processos produtivos e uso de matérias-primas ecológicas que diminuem as emissões de CO2.

Na indústria calçadista brasileira, a sustentabilidade já é uma prática consolidada, colocando o Brasil no topo da referência internacional do tema. O conteúdo a seguir – feito em parceria do Jornal Exclusivo com a Kisafix (marca de adesivos da Killing S.A, em Novo Hamburgo/RS) –, mostra as ações desenvolvidas pela própria Kisafix e por marcas parceiras, como as empresas calçadistas Bebecê (Três Coroas/RS) e Usaflex (Igrejinha/RS).

Tênis azul e branco com folhas no calcanhar
Divulgação/Killing

O caminho para um futuro sustentável

Cientes em que a sustentabilidade no setor calçadista não é apenas um diferencial, as empresas do segmento buscam a evolução e inovação contínuas. Atenta a essa demanda, há mais de dez anos a Killing, por meio da Kisafix, tem contribuído para tornar os negócios calçadistas mais sustentáveis, oferecendo soluções tecnológicas para todos os processos na produção do calçado. “O nosso compromisso e proposta é levar aos clientes ideias novas, produtos sustentáveis, cocriações importantes que o mercado enxerga como oportunidades de negócios e também assessorias para ter assertividade nas implementações desses projetos”, destaca a gerente de negócios da Kisafix, Raquel Becker.

A preocupação e abordagem constantes de sustentabilidade e ESG (Environmental, Social and Governance) guiam todos os processos de negócio da Killing. “Quando desenvolvemos algo novo, sempre pensamos em quais materiais vamos utilizar e se estão de acordo com as premissas de ESG ou de sustentabilidade. Assim, conseguimos aprovar um novo desenvolvimento e garantir que tenha aderência ao que os clientes estão solicitando no mercado.”

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Ampliação do ESG na cultura corporativa

Estruturado em 2018, o comitê de sustentabilidade multidisciplinar da Killing reforçou o compromisso com o tema e resultou na conquista da certificação Origem Sustentável no nível Ouro em 2022, tornando-se a primeira indústria de componentes químicos a atingir a classificação. Em 2024 a empresa recebeu o selo Diamante.

Desde então, a Killing tem intensificado os esforços para garantir um modelo de negócios alinhado às melhores práticas ambientais, com a criação de uma área dedicada ao Environmental, Social and Governance (ESG). A analista de ESG da Killing, Monalisa Caloni, aponta que um dos marcos foi o alcance da política de aterro zero em 2024. “Antes, destinávamos de 2 a 3% de resíduos para aterros, um percentual que, embora pequeno, motivou a busca por soluções mais sustentáveis.”

A empresa implementou normas como a reclassificação de resíduos, permitindo que materiais antes descartados fossem reaproveitados. Hoje, plásticos, papelão e pallets de madeira passam por processos de reciclagem e venda para cooperativas.

A transição de uma abordagem focada na sustentabilidade para um conceito mais amplo de ESG envolveu a implementação de treinamentos internos. Já no pilar social, a Killing está comprometida com oito Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 criados pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Mulher em pé vestida com uma camisa polo azul-marinho
Rodrigo Fanti Monalisa Caloni, analista de ESG da Killing,

Tecnologia na produção de calçados

Há um ano a Kisafix lançou no mercado a linha EcoTech Kisafix – com produtos como o adesivo base água, adesivo hot melt, adesivo hot melt pur, adesivo sem tolueno e solventes de fontes renováveis (biomassa). A marca consolidou seu portfólio de produtos sustentáveis e estabeleceu parâmetros claros para os atributos ambientais, sociais e econômicos.

Segundo a analista de Desenvolvimento de Produto da Killing, Katiucia Jung, esse primeiro ano foi essencial para estruturar a comunicação com os clientes e esclarecer as vantagens da linha. “Muitos ainda têm a necessidade de mais informações sobre o que significa um produto sustentável no setor químico, então trabalhamos para definir os pilares da sustentabilidade e evidenciar os benefícios, como a redução de compostos orgânicos voláteis (VOCs), que impactam diretamente a salubridade do ambiente de trabalho”, explica. “Vemos que isso evoluiu ao longo do último ano com o lançamento da linha EcoTech. A cada ano ampliamos o portfólio, aumentando o teor de Bio-Based, por exemplo, ou reduzindo os compostos orgânicos voláteis, para que entreguemos produtos com mais eficiência, mais segurança de colagem e melhores atributos conforme a necessidade de cada cliente.”

A Feira Internacional de Couros, Produtos Químicos, Componentes, Máquinas e Equipamentos para Calçados e Curtumes (Fimec) que inicia nesta terça-feira (18), marca o lançamento de novas tecnologias dentro da linha EcoTech, como um adesivo 100% à base d’água, isento de solventes. A inovação traz benefícios à saúde dos trabalhadores, eliminando substâncias que podem causar desconforto térmico e reduzindo a exposição a solventes. O adesivo também promove uma economia de até 30% em relação aos adesivos base-solvente e hot melt e oferece uma eficiência 300% superior aos adesivos base-solvente.

Mulher loira sorrindo
Divulgação/Killing Katiucia Jung, analista de Desenvolvimento de Produto da Killing

Novidades e eficiência em produtos

A busca por soluções sustentáveis na indústria calçadista tem sido um dos desafios do setor, especialmente diante da necessidade de equilibrar práticas ecológicas com eficiência econômica. “Nossa estratégia de negócio conta muito com a parceria e trabalhos de cocriação para entregar o que o cliente necessita”, detalha Raquel Becker. A exemplo disso, ela destaca o lançamento da EcoTech Spray BA 400 criado em parceria. “A nossa proposta é criar tecnologias que atendam às necessidades do mercado, trazendo novas oportunidades e produtos com soluções efetivas.”

Entre as novidades preparadas para a Fimec, Raquel adianta a apresentação do produto 3D Heel, da linha KED, voltado para a produção de saltos. Hoje, a sustentabilidade também se tornou um diferencial competitivo. Por isso, a Killing aposta em soluções que reduzem custos sem comprometer a qualidade. Raquel aponta que a linha EcoTech trouxe mais competitividade ao mercado. “Entregamos aos clientes uma tecnologia casada com redução de custos e etapas, e produtos sustentáveis dentro de todas as premissas de mercado.”

Mulher em pé vestida com uma camisa polo azul-marinho segurando um produto na mão
Rodrigo Fanti Raquel Becker, gerente de negócios da Kisafix

Bebecê: gestão de fornecedores e resíduos

Há 40 anos, a Bebecê (Três Coroas/RS) traz em sua trajetória no mercado calçadista o propósito de promover conforto e estilo para atender às necessidades plurais da mulher contemporânea. Com produção de mais de quatro milhões de pares de calçados por ano e exportação para mais de 20 países, a marca une moda, design e o compromisso de estimular o consumo consciente, prezando pela sustentabilidade econômica, social e ambiental.

Detentora do selo Diamante no programa Origem Sustentável, entre as práticas realizadas para ajudar na preservação do planeta, a Bebecê atua com treinamentos de conscientização para a escolha de matérias-primas, gestão de resíduos e reciclagem de forma consciente, reutilizando diversos resíduos como matéria-prima. “Temos uma gestão de fornecedores, com auditorias que ajudam a desenvolver cada vez mais a cadeia do calçado, com produtos de inovação que levam em conta a questão ambiental”, pontua a gerente de Pessoas e Cultura na Bebecê, Gislaine Adriana da Silva.

Nas estratégias implantadas, a Bebecê desenvolveu a linha ecológica b/green, utilizando mais de 90% de materiais sustentáveis, como garrafa pet, fibras de bambu, tecido 100% de algodão original e livre de tingimentos. Com uso de novas tecnologias, a produção da coleção favorece a redução do impacto de gás carbônico ao meio ambiente.

Gislaine reforça também que uma das principais preocupações da Bebecê é promover um ambiente de trabalho mais seguro e saudável para quem trabalha na produção dos calçados. Hoje, a produção não tem substâncias restritivas, e para que isso ocorra, é importante manter boas parcerias, como a Kisafix, com oferta de produtos que unem eficiência e sustentabilidade, como a linha Ecotech. “Um ambiente sustentável promove a saúde e o bem-estar ao colaborador junto ao processo produtivo, e esse é nosso principal objetivo”, afirma Gislaine.

Mulher loira em pé vestida de calça e blaser preto com um tênis na mão
Rodrigo Fanti Gislaine Adriana da Silva, gerente de Pessoas e Cultura na Bebecê

Usaflex: sustentabilidade integral

Presente no mercado calçadista há quase 27 anos, a Usaflex (Igrejinha/RS) foi a primeira indústria do setor a receber a certificação Great Place to Work – Melhores Empresas para Trabalhar. Além disso, detém outros títulos como estar entre as 10 Melhores do Rio Grande do Sul, do Varejo e das Indústrias do Brasil, e o selo Diamante do programa Origem Sustentável, pela segunda vez.

De acordo com a diretora jurídica/DHO da Usaflex, Daniela Colombo, a sustentabilidade faz parte do negócio, sendo trabalhada de forma transversal, ou seja, está inserida em todos os âmbitos. “Acreditamos na sustentabilidade como uma ferramenta de geração de valor e também para contribuir com uma sociedade melhor. Por isso, colocamos essas questões ambientais, sociais e de governança no topo das discussões estratégicas do negócio”, afirma. Um exemplo é o comitê de sustentabilidade criado há 12 anos.

A inovação também é destaque no sistema de gestão, abrangendo todos os pilares da sustentabilidade: social, cultural, ambiental, econômico e de governança. O planejamento estratégico inclui dez objetivos e 35 metas implementados em mais de 120 ações, resultando em um processo produtivo mais eficiente e de menor impacto ambiental, contemplando, também, os demais compromissos com o planeta, com as pessoas e com o negócio.

A Usaflex prioriza o uso de energias de fontes renováveis em todas as unidades, controle e redução de emissões de gases de efeito estufa e gerenciamento de resíduos, realizando parcerias para reaproveitamento, mantendo o seu compromisso de aterro zero, desde 2012. Outro compromisso é trabalhar com matérias-primas certificadas e fornecedores homologados e auditados.

No âmbito social, a marca se destaca pelo pioneirismo nas ações de diversidade como o Programa Pé de Igualdade, de inclusão de PCDs, o Empodera, de capacitação das mulheres e fortalecimento das lideranças femininas e o Programa Um Salto Para o Futuro, de inclusão de jovens no mercado de trabalho. Também realiza o UsaSaúde, que promove a saúde e o bem-estar dos colaboradores dentro e fora da organização, afinal, as pessoas são fundamentais para a construção de um mundo sustentável e responsável.

Mulher loira com blusa preta segurando um sapato dourado
Rodrigo Fanti Daniela Colombo, diretora jurídica/DHO da Usaflex

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