Adidas e Mercedes: entenda a parceria histórica na F1

A Mercedes queria trabalhar com a Adidas há muito tempo e, finalmente, após 15 anos de negociações, as marcas alemãs se uniram antes da temporada 2025 da F1. Além da linha de vestuário para os fãs e das icônicas três listras nos uniformes da equipe, há um desenvolvimento técnico em andamento que a Adidas espera que ajude a Mercedes a melhorar sua produtividade.

Richard Sanders, diretor comercial da Mercedes, foi peça-chave na parceria e revelou em entrevista à ‘Autosport’ que a colaboração tem como objetivo levar a equipe oito vezes campeã de construtores de volta ao topo:

“Financeiramente, em termos de posicionamento e de marca, tudo isso faz com que essa parceria seja enorme para nós. Nós queríamos fazer as coisas de maneira um pouco diferente e, pela primeira vez na F1, dividimos o vestuário por função. Nossa equipe de gestão usa camisas e calças sociais, o que é perfeitamente aceitável. Mas os mecânicos usavam praticamente a mesma roupa enquanto trocavam pneus, trabalhavam no carro, ajustavam a suspensão. Isso não fazia sentido.”

 

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Mercedes e Adidas: parceria além das roupas

A Mercedes já buscava há algum tempo desenvolver vestuários mais adequados para cada função dentro da equipe:

“Os mecânicos agora terão roupas otimizadas para o desempenho esportivo, com mais funcionalidade. Trabalhamos nesse novo conceito há cerca de três anos, não necessariamente com a adidas. Então, espero que seja muito difícil para Red Bull, McLaren ou Ferrari nos copiarem. Construímos uma barreira competitiva em torno do nosso conceito, o que é ideal. Gostaria de dizer que o principal objetivo foi puramente o desempenho. Pelo menos 60% da ideia veio disso, mas a Adidas também queria modernizar os uniformes e torná-los mais esportivos.”

A linha de roupas para os mecânicos

Já a linha de roupas para os mecânicos foi desenvolvida com um novo conceito: “Quando estiver muito quente e seco, eles provavelmente usarão apenas uma ou duas camadas. Mas quando estiver frio e chuvoso, como geralmente acontece em Silverstone ou Spa, eles poderão utilizar mais camadas e se ajustar conforme necessário”, disse Sanders.

Dessa forma, os feedbacks da equipe durante os testes de pré-temporada no Bahrein e no GP da Austrália serão enviados à sede da Adidas, permitindo atualizações ao longo do ano: “No GP de Miami, haverá uma grande atualização e esperamos que um novo lado da Mercedes comece a aparecer Ao longo do tempo, isso será refinado e adaptado.”

Inovações também para os pilotos

Os pilotos George Russell e Andrea Kimi Antonelli também se beneficiarão dessas inovações: “Também há algumas inovações planejadas para os pilotos que visam exclusivamente a performance. A adidas está trabalhando para ajudar os pilotos a se manterem mais frescos. A FIA está tentando lidar com o calor extremo dentro do cockpit, mas a adidas encontrou soluções para manter a temperatura corporal dos pilotos mais baixa antes mesmo de entrarem no carro. Isso pode ajudá-los na corrida, pelo menos teoricamente.”

Para a Adidas, a parceria com a Mercedes chega em um momento oportuno, logo após a perda do contrato com a Federação Alemã de Futebol para a Nike. Assim, ao fornecer uniformes para uma equipe de F1 pela primeira vez, a Adidas usou sua experiência no futebol para acelerar o processo:

“A Adidas não criaria uma nova divisão de automobilismo do zero para entrar na F1. Sua divisão mais sofisticada é a do futebol, então internamente fomos posicionados como parte dessa unidade. Temos acesso aos mesmos recursos que clubes como Real Madrid, Bayern de Munique ou Manchester United. Nossas vendas globais projetadas para o primeiro ano já estão na casa dos nove dígitos, o que nos coloca entre os três principais licenciados da adidas.”

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