Quando o futebol brasileiro irá manter os jovens talentos?

Quando o futebol brasileiro irá manter os jovens talentos?

O futebol brasileiro é conhecido mundialmente por ser um celeiro de talentos. Jogadores como Vini Júnior, Endrick e Estêvão são exemplos de jovens promessas que, muitas vezes, têm suas transferências para clubes europeus definidas antes mesmo de atingirem a maioridade. Este fenômeno levanta uma questão crucial: será que o Brasil algum dia conseguirá manter esses craques em seus clubes de origem?

Durante o Sports & Business Summit, realizado recentemente em São Paulo, essa questão foi amplamente discutida. Maurício Portela, fundador da Live Mode, e Marcelo Paz, CEO do Fortaleza, trouxeram à tona a necessidade de reorganizar o futebol brasileiro para que os clubes possam recusar propostas tentadoras de gigantes europeus. A ideia é que, com uma melhor estrutura financeira, os clubes possam competir em pé de igualdade com os europeus.

Quando o futebol brasileiro irá manter os jovens talentos?
Vinícius Junior – Créditos: depositphotos.com / mrogowski_photography

Como o futebol brasileiro pode melhorar suas finanças?

Um exemplo de sucesso na reestruturação do futebol brasileiro é o Campeonato Paulista. Graças à intervenção da Live Mode, a venda dos direitos de televisão foi otimizada, resultando em um faturamento significativo para os clubes participantes. Os quatro grandes clubes do estado recebem cerca de R$ 44 milhões apenas por participar, um valor comparável ao vice-campeão da Copa do Brasil de 2025.

No entanto, replicar esse modelo em âmbito nacional enfrenta desafios. A tentativa de unificar os 20 times da Série A e os 20 da Série B em uma única liga para a venda dos direitos de transmissão ainda não se concretizou. A divisão entre os clubes, como a decisão do Flamengo de vender seus jogos internacionalmente de forma independente, ilustra a dificuldade de alcançar um consenso.

Quais são os obstáculos para a união dos clubes brasileiros?

A união dos clubes brasileiros é vista como essencial para aumentar o faturamento não apenas com direitos de TV, mas também com patrocínios e licenciamento. Atualmente, o Brasileirão ocupa a sexta posição mundial em termos de receita de direitos de transmissão, com cerca de R$ 2,8 bilhões anuais. Apesar disso, ainda está longe de alcançar ligas como a italiana, que arrecada R$ 7,6 bilhões, ou a inglesa, que lidera com R$ 28,3 bilhões.

Marcelo Paz destacou que a união dos clubes seria fundamental para que todos pudessem lucrar mais. A falta de coesão impede que o futebol brasileiro atinja seu potencial máximo, apesar de ser o mais rentável da América do Sul. A crise no futebol francês, por exemplo, é um dos fatores que permitem ao Brasileirão se aproximar da Liga da França em termos de receita.

É possível transformar o Brasileirão na Premier League das américas?

Embora o sonho de transformar o Brasileirão em uma liga tão poderosa quanto a Premier League ainda esteja distante, há sinais de progresso. Clubes mais organizados, como o Palmeiras, já conseguem negociar transferências vantajosas, como a venda de Estêvão por 61,5 milhões de euros. No entanto, para resistir ao assédio europeu, é necessário que todos os clubes, inclusive aqueles com dificuldades financeiras, evoluam tanto em termos de gestão quanto de estrutura financeira.

O caminho para manter os jovens talentos no Brasil envolve não apenas a reorganização das ligas, mas também a melhoria das condições financeiras dos clubes. Com uma abordagem coletiva e estratégica, o futebol brasileiro pode sonhar em reter seus craques e, quem sabe, um dia, competir de igual para igual com as maiores ligas do mundo.

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