Quais foram os dois momentos críticos do papa Francisco no hospital

O final de fevereiro deste ano foi marcado por notícias sobre o estado de saúde do papa. Duas datas, entretanto, foram consideradas pela equipe médica que cuidou de Francisco no Hospital Gemelli, em Roma, como os momentos mais críticos ao longo da internação para tratar de uma pneumonia bilateral. Em entrevista ao jornal italiano Corriere Della Sera nesta terça, 25, Sergio Alfieri, chefe da equipe médica responsável pelo pontífice, revelou os bastidores do tratamento. Médicos cogitaram suspender tratamento e deixar papa Francisco morrer

22 fevereiro: crise prolongada de asma e transfusão de sangue Segundo ele, as preocupações se intensificaram a partir do dia 22, quando o papa teve uma crise de asma prolongada e o quadro passou a ser classificado como crítico. Na ocasião, exames de sangue também revelaram uma trombocitopenia (queda de plaquetas no sangue), associada à uma anemia (baixa concentração de hemácias na corrente sanguínea), o que exigiu a administração de transfusões de sangue. No dia seguinte, o quadro ficou ainda mais complexo após ele ter uma “insuficiência renal leve”.Ao longo da semana, a situação foi controlada e o papa começou a apresentar melhora. 28 de fevereiro: crise respiratória com vômitoNa sexta, dia 28, entretanto, quando os médicos acreditavam que o período mais crítico estava no fim, Francisco teve um crise respiratória com vômito e o estado de saúde dele ficou ainda mais grave. “Estávamos saindo do período mais difícil, enquanto o papa Francisco comia ele teve uma regurgitação e inalou. Foi o segundo momento realmente crítico porque nesses casos – se não forem socorridos prontamente – há risco de morte súbita, além de complicações nos pulmões, que já eram os órgãos mais comprometidos. Foi terrível, realmente achamos que não conseguiríamos”, revelou Alfieri.Insistir no tratamento ou deixá-lo morrer? Segundo ele, foi cogitado suspender o tratamento e deixar Francisco morrer, uma vez que ele estava sofrendo bastante.“Tivemos de escolher entre parar e deixá-lo ir ou forçá-lo e tentar todos os medicamentos e terapias possíveis, correndo o risco muito alto de danificar outros órgãos. E no final nós tomamos esse caminho”, revelou Alfieri. A decisão foi pautada no pedido feito pelo assistente médico pessoal do papa, Massimiliano Strappetti.“Strappetti nos disse: tente de tudo, não desista e ninguém desistiu”, afirmou Alfieri.‘Aconteceu como um milagre’Durante a entrevista, o médico também contou que Francisco foi um paciente extremamente resiliente e colaborativo. Ele considera, entretanto, que a recuperação do pontífice ocorreu ‘como um milagre’, dada a gravidade do quadro. “Há uma publicação científica segundo a qual as orações dão força aos doentes, neste caso o mundo inteiro começou a rezar. Posso dizer que duas vezes a situação foi perdida e, então, aconteceu como um milagre. Claro, ele era um paciente muito cooperativo. Ele passou por todas as terapias sem nunca reclamar”, disse Sergio Alfieri, chefe da equipe médica do pontífice no Hospital Gemelli, concedeu entrevista nesta terça-feira, 25, ao jornal Corriere Della Sera.Após 38 dias de internação por pneumonia bilateral, o papa regressou no último domingo à Casa de Santa Marta, residência onde vive. Francisco não presidirá a tradicional audiência geral semanal nesta quarta-feira, 26, e o texto da sua catequese será transmitido por escrito, informou o Vaticano, observando que “provavelmente” também não estará presente na oração do Angelus no próximo domingo, 30.A primeira aparição pública desde a sua internação, no dia 14 de fevereiro, foi no domingo, quando Jorge Mario Bergoglio apareceu debilitado e com a voz frágil, cumprimentando a multidão da varanda do hospital./Com informações da AFP e Corriere Della Sera

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