Mais revelações sobre caso de homem torturado: vítima teria sido obrigada a cortar próprio dedo

Seis dias após ser torturado durante cerca de 12 horas, um homem de 49 anos, morador de Canoas, que teve um dedo amputado e sofreu diversas agressões, relatou como conseguiu escapar do cativeiro onde estava preso. Ele trabalhava em um ferro-velho quando foi surpreendido pelo patrão, que o acusou de roubo e iniciou as agressões.

O homem contou que, ao chegar ao local no sábado, foi derrubado no chão e acorrentado sem chance de se explicar. Durante horas, foi submetido a choques elétricos, queimaduras com maçarico e golpes com martelo. Ele também passou longos períodos sem água ou comida, enquanto seu agressor, sob efeito de drogas, parecia se divertir com a situação.

A vítima revelou que foi forçada a cortar o próprio dedo com um alicate de cadeado sob ameaça de perder a mão inteira. O patrão filmava a cena e exibia o ferimento como um “troféu”. Além disso, a sessão de tortura incluía choques aplicados com pregos ligados a uma tomada de 220 volts.

Fugiu após cortar as correntes

Em determinado momento, o agressor exigiu que a vítima rezasse a oração da “Ave Maria”, corrigindo a frase final para “a tua morte”, em vez de “nossa morte”, indicando sua intenção de matá-lo.

Durante a tortura, a companheira do agressor teria incentivado a execução, enquanto a mãe do suspeito era forçada a assistir à violência. No início da noite, quando o patrão deixou o cômodo, a vítima aproveitou para cortar as correntes e fugir.

A caminhada até sua casa durou cerca de 15 minutos, interrompida por momentos de fraqueza. Ao chegar, ele foi levado a uma unidade de saúde, onde inicialmente mentiu sobre o ocorrido, dizendo ter sido assaltado. No entanto, a equipe médica insistiu e acionou a Brigada Militar após ouvir a verdadeira versão dos fatos.

Polícia prendeu suspeito e apreendeu objetos usados no crime

Na quinta-feira (27), a Polícia Civil prendeu o dono do ferro-velho e apreendeu objetos que teriam sido usados na tortura, incluindo o alicate, pregos e uma furadeira que pode ter sido utilizada para perfurar os joelhos da vítima.

O delegado Marco Antônio Guns afirmou que a motivação do crime foi exclusivamente por sadismo, já que não há qualquer registro de furto cometido pela vítima. A companheira do agressor também é investigada por possível omissão, enquanto a mãe é tratada como testemunha.

O Instituto-Geral de Perícias (IGP) realiza exames técnicos no local e nos materiais apreendidos, sendo que vestígios de sangue foram identificados no alicate corta-corrente. A polícia solicitou a conversão da prisão temporária do suspeito em preventiva e segue colhendo novos depoimentos.

Fonte: GZH

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