“Achei que era assalto”, diz moradora que teve portão arrombado em operação

Moradora em imóvel que já foi de esposa de alvo de operação contra facção criminosa, a autônoma Vânia da Silva, de 41 anos, relata que a manhã de sexta-feira (dia 28) foi de susto e prejuízo. A casa fica no Bairro Cidade Morena, em Campo Grande.  Vânia conta que os policiais chegaram às 6h. “Desligaram a luz, subiram com arma na mão e eu tranquei a porta, achando que era assalto. O policial arrombou o meu portão”. Depois, a equipe mandou que ela, esposo e a filha ficassem de mãos para cima enquanto inspecionavam a casa. “Não é só o prejuízo do portão, tem o prejuízo psicológico”, diz a moradora, que chorou durante a entrevista.  De acordo com Vânia, o imóvel foi comprado há oito anos de Suzi Adriana Martins, esposa de Ronaldo Cardoso (Podemos), o Ronaldo da Cab, suplente de vereador em Campo Grande, que foi preso na operação e mãe de Thiago Gabriel Martins da Silva, o Thiaguinho do PCC ou “Especialista”, de 36 anos, que está preso na Bolívia por tráfico. Thiago também é réu pela morte do garagista Carlos Reis de Medeiros de Jesus, 52 anos, o “Alma”, em Campo Grande, cujo o corpo nunca foi encontrado. Nas Moreninhas, o relato de moradores é de que a família de “Especialista” tinha vários imóveis, mas foi se mudando aos poucos após o assassinato do garagista. O mandado de prisão contra Ronaldo da Cab era para ser cumprido em Campo Grande, mas o alvo estava em viagem para o Rio Grande do Norte, onde foi preso. Vânia da Silva afirma que a casa já foi transferida para o seu nome, mas não apresentou documentos. A reportagem fez contato com a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul para entender porque a casa que já não pertenceria à família alvo da operação estava na lista de endereços a serem vasculhados, mas até a publicação desta matéria não obteve retorno.  A operação –  De abrangência nacional e liderada pela Polícia Civil do Distrito Federal, a operação Chiusura cumpriu 19 mandados de prisão temporária e 80 mandados de busca e apreensão. Do total, 50 foram no Distrito Federal, sendo as demais ordens judiciais espalhadas por Campo Grande (MS), Santa Catarina, Mato Grosso, Goiás, Rio Grande do Norte e Alagoas.  Também foram determinados o sequestro judicial de 17 veículos e sete imóveis, inclusive casa de luxo em condomínio fechado de Goiás. Dezenas de contas bancárias foram bloqueadas, incluindo as de uma fintech (empresa digital do mercado financeiro) sediada em São Paulo, que chegou a movimentar cerca de R$ 300 milhões em apenas três meses. A rede adquiria drogas em áreas fronteiriças, garantia o transporte seguro dos entorpecentes e distribuía as drogas no Distrito Federal e em outros Estados, além de realizar complexas operações de lavagem financeira. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .
Adicionar aos favoritos o Link permanente.