Seis membros da mesma família, denunciados na “Operação Kariri”, foram condenados na terça-feira (1º) pela Justiça pelos crimes de organização criminosa voltada para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro na região de Feira de Santana. As penas variam de 5 a 16 anos de prisão.

Familiares acusados de comprar imóveis de luxo com venda de drogas são condenados na Bahia.
Foto: Divulgação/PF
Conforme o Ministério Público da Bahia (MP-BA) informou ao g1, o grupo, que atuava há décadas, abastecia o mercado local de drogas ilícitas e utilizava os lucros do crime para adquirir bens, como apartamentos de luxo e fazendas, com o objetivo de lavar o dinheiro.
A decisão ainda cabe recurso e, conforme determinação da Justiça, os condenados poderão recorrer em liberdade. Confira abaixo o detalhamento das penas:
- A organização criminosa era liderada por Rener Umbuzeiro, que, ao confrontar a polícia em fevereiro de 2024 durante o cumprimento de um mandado de prisão, trocou tiros e foi morto no confronto.
- Sua esposa, Niedja Maria de Lima Souza Umbuzeiro, e sua filha, Larissa Gabriela Lima Umbuzeiro, receberam as maiores penas, sendo sentenciadas a 16 anos e seis meses de prisão. Elas foram identificadas nas investigações como as principais responsáveis pelo núcleo financeiro da organização, gerenciando o fluxo e a gestão dos ativos ilícitos. Além disso, elas organizavam a ocultação e dissimulação patrimonial, com Larissa tendo um papel central na coordenação do processo de lavagem de dinheiro.

Niedja e a filha Larissa Lima.
Foto: Redes sociais
Além delas, foram condenadas Clênia Maria Lima Bernardes (irmã de Niedja), Paulo Victor Bezerra Lima (esposo de Larissa), Gabriela Raizila Lima de Souza (sobrinha de Niedja) e Robélia Rezende de Souza.

Casal, Larissa e Paulo, foi condenado por participar de esquema de tráfico de drogas na Bahia.
Foto: Redes sociais
A sentença foi proferida pela 3ª Vara Criminal da Comarca de Feira de Santana, que também determinou o confisco definitivo de bens, entre 11 imóveis, 15 veículos e mais de 500 cabeças de gado, que ainda serão periciados, podendo chegar ao valor de R$ 50 milhões.
Modus operandi
Conforme a denúncia do MP-BA, o modus operandi da organização envolvia o uso de laranjas para registrar bens e movimentar dinheiro sem serem identificados. As investigações apontaram, a partir de diversos flagrantes de apreensão de maconha e evidências de plantio, que os denunciados estavam envolvidos com a lavagem de dinheiro proveniente das atividades de tráfico.
A sentença detalhou o envolvimento de cada um dos réus nos crimes de lavagem de capitais, com base em informações policiais, relatórios de inteligência financeira (COAF/UIF), interceptações telefônicas e telemáticas, documentos de transações imobiliárias e bancárias, e depoimentos testemunhais e dos acusados.

Familiares acusados de comprar imóveis de luxo com venda de drogas são condenados na Bahia.
Foto: Divulgação/PF