por Dr. Alexandre Viana Frascino
A transição entre as categorias de base e o esporte profissional é um dos momentos mais decisivos — e desafiadores — na trajetória de um jovem atleta. O que antes era uma rotina marcada por treinos com foco no desenvolvimento técnico e físico passa a ser regido por metas de desempenho, resultados em competições e cobranças internas e externas.
Essa fase de mudanças intensas exige mais do que esforço físico: exige planejamento estratégico e suporte integral. Muitos talentos promissores abandonam o esporte nesse período justamente por não encontrarem uma rede de apoio sólida que os prepare para os novos desafios — tanto fisiológicos quanto emocionais e sociais.
Planejamento interdisciplinar: peça-chave para o sucesso
A atuação de uma equipe multidisciplinar é fundamental para que essa transição aconteça de forma saudável e eficaz. Médicos do esporte, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e cirurgiões-dentistas precisam atuar de forma integrada, respeitando os calendários competitivos e os ciclos de treinamento.
Por exemplo, é comum que, entre os 16 e 21 anos, os terceiros molares — popularmente conhecidos como dentes do siso — comecem a se manifestar. Muitas vezes, esses dentes nascem de forma impactada, gerando dor, inchaço ou até infecções, o que compromete diretamente o rendimento esportivo.
Nesse contexto, o cirurgião-dentista especializado em esportes tem papel essencial: ele avalia não apenas a necessidade da extração, mas também o melhor momento para realizá-la — preferencialmente durante períodos de menor carga de treino, como a pré-temporada ou janelas de transição entre competições.
Outro exemplo é o início do uso de dispositivos intraorais para controle do bruxismo e melhora da qualidade do sono, uma queixa crescente em atletas que enfrentam níveis elevados de estresse. Quando bem indicados, esses dispositivos contribuem para a recuperação neuromuscular e para o desempenho geral do atleta.
Mais que saúde: visão de carreira
O planejamento odontológico e médico durante a transição do jovem atleta para a fase adulta não pode ser reativo — ele deve ser proativo e parte integrante da estratégia esportiva. A identificação precoce de alterações ortopédicas, hormonais, psicológicas e até oclusais pode evitar perdas significativas de desempenho e prevenir afastamentos em fases críticas da carreira.
O envolvimento da família, dos treinadores e de profissionais de saúde especializados garante que o atleta tenha suporte técnico e emocional para tomar decisões seguras e seguir crescendo com confiança no esporte.
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Dr. Alexandre Viana Frascino
Cirurgião Bucomaxilofacial
Mestre em Cirurgia Bucomaxilofacial FOUSP
Doutor em Ciências Médicas FMUSP
www.vianafrascino.com.br – aledefra@gmail.com
+55 11 994 258 561
