
Tatiana Medeiros, do PSB, foi presa na quinta-feira (3) durante a Operação Escudo Eleitoral. PF aponta indícios de que a campanha que a elegeu, em 2024, foi custeada com “recursos ilícitos de facção criminosa”. Tatiana Medeiros, vereadora de Teresina pelo PSB
Reprodução/Instagram
A vereadora Tatiana Medeiros (PSB), presa pela Polícia Federal nessa quinta-feira (3) por suspeita de ligação com uma facção, passou por audiência de custódia nesta sexta-feira (4), na sede do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) em Teresina, e teve sua prisão mantida pela Justiça.
A parlamentar encontra-se afastada da Câmara Municipal de Teresina por determinação da Justiça Eleitoral do Piauí.
Essa reportagem está em atualização.
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A investigação
Segundo a PF, uma investigação apontou indícios de que a campanha que elegeu a parlamentar foi custeada com “recursos ilícitos oriundos de facção criminosa”, além de “desvios de recursos públicos de uma instituição não governamental”.
A polícia informou que iniciou a investigação após a divulgação dos resultados das Eleições 2024. //Em dezembro de 2024, a ONG Vamos Juntos, localizada na Zona Norte de Teresina e mantida pela vereadora, foi alvo de buscas na primeira fase da Operação Escudo Eleitoral. Na ocasião, o órgão afirmou que investigava indícios de lavagem de dinheiro e financiamento de campanha eleitoral com recursos de uma organização criminosa, e apreendeu R$ 100 mil em espécie.
Quem é Tatiana Medeiros?
Tatiana fez estreia na política em outubro de 2024, quando foi eleita para o primeiro mandato na Câmara Municipal de Teresina (CMT), com 2.925 votos. A parlamentar é natural da capital piauiense, formada em direito e atua também como advogada e filantropa na ONG Vamos Juntos.
Em março de 2025, o secretário de Planejamento do Piauí e então presidente municipal do PSB, Washington Bonfim, a afastou da função de secretária-geral do partido e justificou que aguardava os resultados de uma operação deflagrada pela Polícia Federal no ano anterior.
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Quais elementos levaram à prisão da vereadora?
A PF alegou ter identificado elementos que apontam vínculo entre a vereadora e uma facção criminosa com grande atuação no estado, durante a segunda fase da Operação Escudo Eleitoral, nessa quinta-feira (3).
De acordo com o órgão, há indícios de que a campanha que elegeu Tatiana Medeiros, em 2024, foi custeada com “recursos ilícitos oriundos de facção criminosa”. Além de “desvios de recursos públicos de uma instituição não governamental”.
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Além das prisões, quais foram as medidas tomadas?
PF faz buscas em instituição fundada por vereadora de Teresina
Arquivo pessoal
A Justiça Eleitoral determinou a suspensão das atividades da ONG Vamos Juntos e impediu que a instituição receba qualquer novo aporte de recursos.
Além de Tatiana, duas pessoas foram afastadas de funções públicas em cargos em comissão na CMT, na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) e na Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi).
A Justiça Eleitoral no Piauí proibiu também que os investigados afastados frequentem os locais em que trabalhavam e mantenham contato com outros servidores.
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O que diz a defesa?
Em coletiva de imprensa, o advogado da vereadora, Édson Araújo, afirmou que considera a decisão “completamente arbitrária” e ressaltou que Tatiana não cumpre os requisitos para ser presa preventivamente.
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Como fica a situação da parlamentar na Câmara?
Segundo o procurador-geral da Câmara, Pedro Rycardo Couto, a vereadora ainda não foi cassada e não perdeu o mandato. Isso só pode acontecer, depois que houver uma condenação transitada em julgado – ou seja, quando ela não tiver mais chance de recorrer da decisão.
Caso Tatiana fique afastada pelo prazo de 60 dias, a vaga dela será assumida pelo primeiro suplente do PSB Leondidas Júnior, que recebeu 2.262 votos nas eleições de 2024.
Enquanto isso, a Câmara de Teresina, composta por 29 vereadores, ficará com um vereador a menos.
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Quais são os próximos passos da investigação?
A audiência de custódia da vereadora acontece nesta sexta, na sede do TRE-PI, e um juiz vai definir se ela deve continuar detida ou se pode responder o processo em liberdade.
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