Os moradores do “Novo Carandiru”, após receberem uma notificação de reintegração de posse do prédio no Bairro São Jorge da Lagoa na última terça-feira (1º), foram nesta sexta-feira (4) em frente ao prédio da Emha (Agência Municipal de Habitação de Campo Grande). O objetivo da visita era encontrar uma alternativa de moradia para as 18 famílias que moram no local desde 2016. Sem data para despejo, os moradores temem ter que sair das casas antes de ter outra alternativa de moradia. Após a visita à Emha, o problema dos moradores continua o mesmo. Por lá, foi ofertada a todas as famílias a participação no programa “Recomeçar Moradia”, que seria um auxílio financeiro de R$ 500 por seis meses, mas nenhum morador aceitou. É o caso da Lucimara de Souza, 46, auxiliar de caixa, que já mora no condomínio com o marido e o filho há oito anos. “Eu não vou aceitar, porque foi isso que falaram das outras vezes. Em maio de 2024, foram lá e falaram que faltava pouco para todos ganharem casa, aí agora querem que a gente saia e receba esse auxílio por seis meses, mas e depois?”, desabafou a moradora. Maria Pereira, 26 anos, mora no local há quatro anos com o marido e explicou que a medida não funciona para eles. “A gente não confia mais, eu já estou cadastrada aqui há anos, eles já falaram que tinha casa, agora negam. Por isso, vamos à Defensoria tentar alguma solução”, explica Maria. Como os moradores não aceitaram a proposta da Emha, vão se reunir em frente à Defensoria Pública ainda na tarde desta sexta-feira, buscando outra alternativa de moradia. O que a Prefeitura diz – A equipe de reportagem do Campo Grande News esteve na Emha e tentou obter resposta sobre uma segunda alternativa depois de os moradores terem negado a proposta do órgão. Sobre a reintegração, a ordem de posse foi determinada pela 6ª Vara Cível de Campo Grande e está relacionada a uma sentença definitiva de 2024, sem possibilidade de recursos. A advogada Hilda Priscila, que representa a Construtora Degrau, esclareceu que as famílias haviam sido intimadas a deixar o local voluntariamente em setembro do ano passado, mas não cumpriram a determinação. “A Prefeitura de Campo Grande fez o cadastro das famílias para atualização no sistema da Emha e a ideia era encaixá-las no programa de aluguel social. No entanto, elas não saíram e agora não há mais como esperar”, explicou. O imóvel foi abandonado pela construtora em 2002, quando a obra foi paralisada por dificuldades financeiras, e desde então permanece incompleto. A ação de reintegração de posse vem se arrastando por anos, com a última tentativa de desocupação registrada em 2014, quando a construtora tentou retomar o imóvel após o cancelamento de sua falência. A reportagem também questionou a Prefeitura a respeito da promessa da retirada das famílias. Por meio de nota, a Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (Emha) informou que as famílias que se encontram no local foram devidamente cadastradas para viabilização de projetos habitacionais. “Diante da situação, a Emha oferece o programa Recomeçar Moradia, garantindo assistência imediata e acompanhamento das famílias até que seja encontrada uma solução habitacional adequada”, afirmou. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .
Notificados, moradores do “Novo Carandiru” rejeitam auxílio
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