Recentemente, uma marca de calçados e artigos esportivos está sendo acusada de apropriação cultural. A etiqueta franco-americana Hoka mão estaria reconhecendo a origem maori – povo originário neozelandês, que têm uma rica cultura, história e tradições orais – de seu nome. Tal fato tem gerado críticas de especialistas em propriedade intelectual indígena da Nova Zelândia.

“Se eles não querem se associar a uma palavra maori, precisam parar de usá-la”, disse Lynell Tuffery Huria, renomada advogada de patentes maori e especialista em propriedade intelectual indígena, em entrevista ao jornal britânico The Guardian.
Alguns modelos de calçados Hoka, como Arahi e Hopara, também usam nomes maoris. Isso também tem alimentando ainda mais as críticas sobre a falta de reconhecimento da marca em relação às suas origens culturais.
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A Hoka inicialmente reconheceu as raízes maoris de seu nome. No entanto, após a aquisição pela Deckers Brands em 2012, as referências à língua maori foram removidas de seu site.
Um vídeo da Hoka de 2019 apresentou um músico maori ensinando a pronúncia correta do nome da marca para a Semana da Língua Maori. Contudo, vídeos recentes da empresa pronunciam incorretamente tanto “Hoka” quanto seus modelos de calçados com nomes maoris.
Até o momento, a Hoka não se manisfetou sobre o assunto.
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Marca de calçados acusada de apropriação cultural no Brasil
Em setembro de 2022, Jade Picon foi uma das modelos convidadas para estrelar a campanha de 50 anos da Arezzo. A marca de calçados recebeu críticas por colocar a influenciadora para usar calçado cuja estética teria sido inspirada em elementos africanos.
Nas fotos da campanha, a marca apresentava a Anabela, um dos modelos clássicos da década de 1970. Nas redes sociais, as pessoas criticaram o fato de a Arezzo ter selecionado uma influenciadora branca para representar um produto que visava mostrar os elementos da cultura africana.
Na descrição do calçado Anabela, a marca destacava que modelo trazia “um laço em tecido africano que faz alusão aos turbantes usados por mulheres africanas, que representam o poder e a beleza feminina. Uma verdadeira obra de arte”. No entanto, após a repercussão negativa, a Arezzo acabou divulgando um posicionamento em que explicava que tanto a coleção quanto a campanha “não estavam sendo construídas com o tema de homenagem a mulheres africanas”.
Apropriação cultural
Segundo o site especializado em informação jurídica JusBrasil, a apropriação cultural não é crime em si, mas pode estar associada a violações de direitos autorais ou marcas registradas. Por fim, a apropriação cultural também pode violar os direitos coletivos de comunidades tradicionais ou indígenas.
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