Com o avanço dos preços dos smartphones no Brasil, a busca por celulares seminovos tem ganhado cada vez mais espaço entre os consumidores. A promessa de economizar até 40% em relação ao valor de um aparelho novo é, de fato, sedutora. No entanto, ao conversar com especialistas, fica claro que essa economia pode vir acompanhada de riscos — e a pressa é inimiga de um negócio bem feito. Diego Segovia, engenheiro de computação pela UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul), conversou com o Campo Grande News e explicou que sim, pode valer a pena considerar a compra de um celular seminovo, desde que com ressalvas e bastante atenção aos detalhes. Isso porque, na prática, existem diversas variáveis que influenciam a real vantagem da compra, principalmente quando se trata de um modelo lançado há mais de dois anos. “A chance de o aparelho já ter passado por reparos ou trocas de peças é muito alta, e isso impacta diretamente na qualidade do produto”, alerta o especialista em manutenção de smartphones. Ele lembra que, com exceção das assistências técnicas autorizadas, nenhuma loja de manutenção tem acesso a peças originais das fabricantes. Assim, a substituição por peças paralelas pode comprometer o desempenho e a durabilidade do celular. Segundo ele, os campeões de venda entre os seminovos são os iPhones. Um exemplo: o iPhone 14 com 128GB custa em média R$ 4.319 novo, enquanto é possível encontrá-lo por cerca de R$ 2.999 em plataformas como o Marketplace do Facebook ou OLX. No entanto, essa diferença de valor pode esconder armadilhas. Cuidados na hora da compra – Antes de fechar negócio, é essencial conversar com o vendedor e entender o histórico do aparelho: A nota fiscal original está disponível? Houve troca de alguma peça? O celular vem na caixa e com os acessórios originais? Há marcas de uso, riscos na carcaça ou defeitos em componentes como câmeras, alto-falantes, vibração, sensores ou antenas? Outro ponto de atenção são os mecanismos de segurança dos celulares da Apple, que podem identificar e rejeitar peças não originais — o que, com o tempo, pode causar mau funcionamento. Além disso, Diego recomenda que o comprador sempre desconfie da “bateria perfeita”. É preciso atenção com a famosa “saúde da bateria” dos iPhones. O técnico explica que alguns aparelhos conseguem simular um estado perfeito de conservação, mesmo após meses de uso. “Existem técnicas para fazer o reset da porcentagem da bateria, o que pode mascarar o real desgaste do componente. Um seminovo com 100% de saúde na bateria deve levantar suspeitas”, alerta o especialista. Por fim, Diego relata que comprar um celular seminovo pode, sim, ser uma boa escolha para quem busca custo-benefício mas, sem os devidos cuidados, a economia inicial pode se transformar em um prejuízo inesperado. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .
Comprar celular seminovo vale a pena? Cuidado para não cair em armadilhas
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