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Reprodução Youtube / Formula 1
Um gesto silencioso de Michael Schumacher foi suficiente para comover o mundo do automobilismo. Longe do olhar público desde 2013, quando sofreu um acidente de esqui nos Alpes franceses, o sete vezes campeão mundial voltou a aparecer simbolicamente ao assinar um capacete que será usado em uma homenagem no Grande Prêmio do Bahrein de Fórmula 1. A assinatura, feita com o apoio da esposa Corinna, marca uma rara manifestação do piloto alemão em mais de uma década.Aos 56 anos, Schumacher vive recluso, sob cuidados intensivos e com informações restritas a um círculo íntimo. Desde que bateu a cabeça em uma descida de esqui em Méribel, sua condição de saúde é mantida sob absoluto sigilo. A família optou por preservar sua privacidade, e manifestações como essa, por mais simples que pareçam, ganham peso histórico. O capacete assinado será utilizado por Jackie Stewart, lenda escocesa da Fórmula 1, durante uma volta simbólica no Bahrein – mas o que mais chamou atenção foi o envolvimento direto de Schumacher, mesmo com suas limitações.”É maravilhoso que Michael tenha podido assinar o capacete para essa causa tão nobre, relacionada a uma doença que ainda não tem cura”, declarou Stewart, que aos 85 anos segue ativo em campanhas sociais. “Sua esposa o ajudou, e agora o capacete conta com a assinatura de todos os campeões ainda vivos.” O escocês também destacou o simbolismo do momento: “É uma doença para a qual não há cura. É muito especial tê-lo participando dessa forma”.A peça foi assinada com as iniciais “MS”, após um esforço delicado, em um ato que exigiu apoio e paciência. A presença do nome do alemão completou uma coleção de assinaturas de todos os campeões mundiais vivos, reunida por Stewart. O gesto de Schumacher foi visto por muitos como um reencontro silencioso com o universo das corridas – aquele que ele dominou por mais de duas décadas e onde ainda é reverenciado como um dos maiores de todos os tempos.A homenagem faz parte de um evento beneficente organizado por Stewart para arrecadar fundos para a instituição Race Against Dementia, dedicada à pesquisa sobre a doença que afeta sua esposa, Helen. A volta com o lendário tricampeão está marcada para pouco antes da largada da corrida oficial. O tributo, que une memória, solidariedade e respeito, ganhou ainda mais repercussão com a presença indireta de Schumacher. “Michael sempre foi generoso. Tê-lo conosco nesse capacete é algo que significa muito para mim pessoalmente”, completou Stewart.A relevância desse momento cresce quando se considera o isolamento quase total de Schumacher desde o acidente. Informações públicas sobre sua saúde são raríssimas. Em 2021, Pietro Ferrari chegou a afirmar que o piloto “não está morto, mas não consegue mais se comunicar”. A esposa, em entrevista ao documentário da Netflix, falou sobre a saudade e sobre a força de manter a esperança viva.