Após queixa de Romero, árbitro adiciona ofensas homofóbicas durante Derby

Ángel Romero, do Corinthians

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) incluiu oficialmente na súmula de Palmeiras x Corinthians, disputado no último sábado (13) na Arena Barueri, as ofensas homofóbicas entoadas por torcedores palmeirenses contra Ángel Romero. O episódio ocorreu durante o aquecimento das equipes para o clássico válido pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro, vencido pelo Verdão por 2 a 0.

Em adendo publicado nesta terça-feira (15), o árbitro Rafael Rodrigo Klein relatou que só tomou conhecimento dos gritos preconceituosos um dia após a partida, por meio da imprensa. Segundo o documento, os cânticos homofóbicos foram direcionados ao atacante paraguaio do Corinthians ainda antes do apito inicial.

“Informo que tivemos conhecimento, no dia após a partida, por meio da imprensa, de um fato ocorrido durante o aquecimento das equipes, no qual a torcida do Palmeiras entoou cantos homofóbicos em direção ao atleta Ángel Rodrigo Romero Villamayor, da equipe do Corinthians”, escreveu o árbitro no relatório complementar.

Klein ainda destacou que, por estar no vestiário naquele momento, ele e sua equipe de arbitragem não presenciaram a situação e que nenhum membro do Corinthians ou do jogador relatou o ocorrido durante a partida.

“Ressalto que este fato ocorreu no momento em que a equipe de arbitragem se encontrava no vestiário do estádio, sendo que não nos foi informado, nem antes, durante ou após a partida, seja pelo atleta ou pela equipe visitante”, acrescentou.

Romero reage às ofensas e alfineta Leila Pereira

O atacante Ángel Romero não se calou diante das provocações. Durante o aquecimento, ele respondeu aos gritos da torcida simulando o gesto de levantar um troféu, em alusão ao título conquistado pelo Corinthians sobre o Palmeiras na final do Paulistão deste ano.

Na saída do campo, Romero foi mais incisivo em suas críticas. Em entrevista na zona mista, cobrou uma posição da presidente do Palmeiras, Leila Pereira, e expressou indignação com a recorrência de episódios de preconceito nos estádios.

“Essa pergunta deveria ser para a presidente do Palmeiras, saber se ela está preocupada com isso. Está à vista tudo que aconteceu hoje. Não vai acontecer nada, porque a gente sabe da torcida de quem vem, mas se fosse na arena, a gente sabe o que iria acontecer”, disparou o jogador.

“É sempre a mesma coisa, só que eu não fico falando todo dia disso. Só falei aquela vez naquela entrevista para a rádio do Paraguai que sou contra o racismo, a xenofobia, preconceitos. Eu convivo com isso todo dia”, completou.

Palmeiras se posiciona e repudia atos homofóbicos

Ainda no fim de semana, o Palmeiras emitiu uma nota oficial repudiando as ofensas proferidas por parte de seus torcedores. O clube destacou seu compromisso contínuo no combate à discriminação dentro e fora dos gramados.

“O Palmeiras repudia toda e qualquer forma de preconceito e, como é de conhecimento público, segue comprometido com o combate à discriminação. O clube promove constantes campanhas de conscientização sobre o tema, vem cobrando das autoridades punições mais severas e toma todas as providências que lhe cabem, de modo a coibir práticas inaceitáveis como homofobia, racismo e xenofobia, entre outras”, afirmou o clube em nota.

Histórico e possíveis punições

O episódio reacende o debate sobre punições por comportamentos homofóbicos em estádios. Em 2023, o próprio Corinthians foi punido por gritos homofóbicos de sua torcida contra o São Paulo e precisou jogar sem público contra o Vasco, pelo Campeonato Brasileiro, na Neo Química Arena.


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