Nesta quarta-feira (16), técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizaram uma nova ação de fiscalização na Praia da Figueira, em Bonito (MS), após a ocorrência de mordidas de peixes em banhistas no lago artificial do atrativo turístico. Durante a vistoria, a equipe do Ibama se concentrou na captura de peixes para coleta de amostras, que serão enviadas a laboratórios especializados. O objetivo é identificar as espécies presentes na lagoa e analisar as condições ambientais do local. O laudo técnico vai ajudar a entender o motivo dos ataques e apontar se há presença de espécies exóticas, o que pode configurar crime ambiental. A analista ambiental Fabiane Souza, que acompanha a operação, explicou que a investigação quer esclarecer de onde vieram os peixes e se houve introdução irregular de animais no ecossistema local. “A presença de espécies que não são nativas pode trazer prejuízos à biodiversidade, competir por alimento com peixes locais e causar acidentes, como os que estão sendo registrados”, afirmou. As primeiras análises indicam que os ataques podem ter sido causados por peixes de dentição forte, como o tambaqui, nativo da bacia Amazônica, ou o tambacu, híbrido de tambaqui com pacu. Ambos são considerados exóticos na bacia do Paraguai, onde está localizado o município de Bonito. De acordo com o Ibama, esse tipo de peixe não pode ser criado em sistemas com ligação a corpos d’água naturais e o atrativo não possui licença de aquicultura. Se for confirmada a introdução irregular de espécies, os responsáveis poderão ser autuados e o caso poderá ser encaminhado ao Ministério Público, que pode abrir ação civil pública. A operação desta quarta-feira faz parte de uma série de fiscalizações iniciadas após 14 casos de mordidas registrados entre janeiro e março deste ano. Os peixes atacaram banhistas nas áreas de recreação da lagoa, o que levou o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) a interditar o local em março. No início de abril, o uso parcial da lagoa foi liberado com a instalação de grades de contenção para evitar a presença de peixes maiores nas áreas de banho. O laudo técnico do Ibama deve ser concluído nas próximas semanas. Enquanto isso, o órgão mantém o monitoramento do atrativo e orienta os turistas a seguirem as recomendações de segurança no local. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .
Ibama apura possível crime ambiental após mordidas de peixes em Bonito
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