Taxa de juros e demanda interna preocupam indústria gaúcha

Taxa de juros elevada foi o principal entrave encontrado pela indústria gaúcha para um melhor desempenho no primeiro trimestre de 2025 – quando terminou com pessimismo. A avaliação é da Sondagem industrial, divulgada nesta terça-feira (29), pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). Conforme a pesquisa, esse gargalo foi apontado por 35,8% dos empresários entrevistados, salto de nove pontos percentuais (p.p) em relação ao período anterior, quando figurava em quinto lugar. A demanda interna insuficiente também teve relevância, ao se aproximar e ganhar destaque entre o último trimestre de 2024 e o primeiro de 2025. Subiu da quarta para a segunda posição, com 34,5% das indicações, elevação de 6,4 p.p.

Atividade da indústria calçadista registrou queda no acumulado de janeiro a outubro
Arquivo/GES Na comparação mensal, março registrou expansão da produção na indústria gaúcha

A elevada carga tributária, embora mantendo um patamar de assinalação similar ao trimestre anterior, recuou da segunda para a terceira posição, permanecendo como um entrave para 32,4% das empresas. A falta ou alto custo de trabalhador qualificado foi o quarto problema mais citado no período, por 29,7% dos entrevistados.

Produção

Já na comparação mensal, o índice de produção atingiu 50,7 pontos em março – valor que, por estar acima da marca de 50, sinaliza uma expansão da produção em comparação com o mês anterior, movimento que não ocorria desde novembro do ano passado. Apesar disso, a pontuação foi menor do que a média histórica para o mês (52,3 pontos). A Unidade de Estudos Econômicos (UEE) da Fiergs, responsável pelo levantamento, explica que isso se deve, em parte, ao Carnaval, que neste ano ocorreu em março.

“Os dados mostram alta na produção em março, o que é positivo, mas as taxas de juros elevadas, a demanda interna insuficiente, a carga tributária e a dificuldade de mão de obra qualificada trazem desafios ao setor”, analisa o presidente do Sistema Fiergs, Claudio Bier.

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Emprego na indústria gaúcha

O índice de emprego registrou 51,7 pontos. O ritmo de crescimento ficou abaixo do registrado em fevereiro (53,4), mas superou o desempenho histórico para o período (50,3). “A tendência para os próximos meses, pelo que estamos observando, é de manter a estabilidade neste indicador”, reforça Bier. Nos últimos nove meses, a única queda do emprego foi em dezembro de 2024.

A utilização da capacidade instalada (UCI) se manteve igual à de fevereiro, em 70%. Os estoques, por sua vez, se aproximaram do nível desejado pelas empresas. O índice em relação ao planejado alcançou 49,6 pontos em março (ante 49 em fevereiro). A indústria gaúcha opera sem excesso de estoques há 11 meses.

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