Acusado de esfaquear taxista 38 vezes em Portugal é absolvido novamente

Weslley Ribeiro Primo foi absolvido pela 2ª vez da acusação de matar um taxista em Lisboa, Portugal. O crime aconteceu em maio de 2014 e o novo julgamento foi feito nesta terça-feira (29), na 1ª Vara do Tribunal do Júri em Campo Grande. Virgílio da Silva Cabral, 66 anos, foi esfaqueado 38 vezes. Em 2017, Weslley passou por julgamento pela primeira vez. Na ocasião, o Conselho de Sentença considerou que ele agiu em legítima defesa e o absolveu. No entanto, em janeiro deste ano, o STF (Supremo Tribunal Federal) anulou o resultado e determinou que fosse marcado novo júri, por considerar que as provas eram contrárias à decisão. Hoje o acusado sentou novamente no banco dos réus. Ele atualmente mora no Pará com a esposa e filhos, mas viajou 12 horas para participar de sessão na Capital sul-mato-grossense e ao juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida ele reiterou a tese de legítima defesa, apresentada há 8 anos. “Eu agi para me defender, só queria sair dali. Não pensei em tirar a vida dele, não agi com crueldade. Eu só queria sair de lá, mais nada”, afirmou Weslley. O acusado ainda afirmou que Virgílio costumava fazer corridas para ele e seus familiares e no dia do crime insistiu para que fossem juntos à uma balada. Eles passaram na casa da vítima para que ele trocasse de roupas e então, segundo Weslley, o idoso o trancou em casa e tentou manter relação sexual com ele sob ameaça.  A defesa do acusado sustentou as teses de absolvição por legítima defesa, por clemência, desclassificação ante o reconhecimento de excesso culposo, violenta emoção e afastamento da qualificadora em caso de condenação. Os jurados decidiram então absolver Weslley.  Crime – O homem nasceu em Campo Grande, mas morava em Portugal desde os 9 anos. De acordo com a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), no dia 3 de maio de 2014, na Rua Particular em Campolide, Lisboa, Wesley praticou o homicídio com emprego de meio insidioso e cruel.  Vírgilio foi atingido por 38 facadas no couro cabeludo, rosto, pescoço, tórax, abdômen e ombro direito. Mas morreu por conta dos golpes que atingiram a medula vertebral, a veia jugular e a artéria subclavicular direita.  Weslley fugiu em seguida.  Ele voltou para a Capital sul-mato-grossense onde acabou sendo preso no Bairro Aero Rancho em 2015. Na época, ele apresentou defesa e alegou que não teve a intenção de matar e sim se defender a vítima.  Imbróglio judicial – Em 2017, o caso foi julgado na Capital em processo inédito de cooperação internacional. À época, todas as oitivas foram feitas em Portugal, por meio de vídeo conferência. Hoje, nenhuma testemunha foi convocada. O júri foi feito no Brasil principalmente por dois fatores: a compatibilidade entre os dois códigos penais e problemas da Justiça portuguesa em conseguir um acordo a extradição do acusado. A absolvição, determinada pelos jurados, foi anulada pelo TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) e o caso foi parar, então, no STF. Foram muitos recursos à Corte até que, em 08 de janeiro de 2025, o STF negou habeas corpus impetrado pela defesa, fazendo com que prevalecesse a decisão de anulação do júri de 2017. A Corte julgou que a decisão tomada pelo júri campo contrária às provas dos autos. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .
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