ES vai adotar restrição no uso de água para evitar racionamento devido à seca


Cronograma de restrições deve envolver, inicialmente, os grandes setores produtivos, como indústrias e agricultura. Rio Doce atinge nível mais crítico dos últimos seis anos e bancos de areia mudam paisagem em Colatina, Espírito Santo.
TV Gazeta
Após decretar estado de emergência devido ao aumento queimadas por causa do tempo seco, o Espírito Santo deve adotar, até a próxima semana, um cronograma de restrição do uso de água para os chamados grandes setores produtivos, como agricultura e indústrias, devido aos indicadores de seca e falta de chuva em maior parte do estado.
A informação foi divulgada pelo diretor-presidente da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), Fábio Ahnert, durante entrevista à Rádio CBN Vitória na manhã desta terça-feira (10).
“A restrição antecede o racionamento. Esta medida é justamente para evitar isso. Quando há o esforço de cada setor, provavelmente não precisamos racionar”, disse Fábio.
📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp
Segundo o diretor-presidente, o Espírito Santo vive uma “nova realidade” e tem convivido com um volume cada vez menor de chuva — já são aproximadamente 90 dias sem volume significativo de precipitações.
Como será a restrição?
As instituições ligadas ao governo do estado, como a Agerh, ainda estudam a porcentagem que cada setor, como a indústria e a agricultura, deve reduzir no consumo de água. Em 2023, por exemplo, a redução variou entre 20% e 30%. A restrição do uso não significa, porém, que haverá racionamento em cidades do Espírito Santo.
Setor industrial deve entrar no cronograma de redução de uso de água no ES
Villoni Alimento/Divulgação
O cenário não é exclusividade do Espírito Santo. Minas Gerais também vive um panorama parecido, o que afeta diretamente a vazão do Rio Doce e do Rio São Mateus, importantes bacias hidrográficas no estado.
No território capixaba, inclusive, a Agerh entende que há classificações diferentes. Municípios do Norte têm enfrentado uma seca mais grave em comparação às cidades da Grande Vitória e da Região Sul.
“É um quadro de intensificação e agravamento da seca. Tivemos a consolidação do monitor de seca. Os índices apontam severidade em algumas cidades, inclusive. As perdas menores estão na Região Sul, e as maiores estão na Região Norte, onde há maior preocupação”, explicou Fábio.
De acordo com Fábio Ahnert, o que chama atenção é o período do ano em que a seca tem se agravado. Segundo ele, a seca é um panorama esperado e já enfrentado nos últimos anos. Acontece que a falta de chuva, com baixa umidade do ar e temperaturas mais altas, é um conjunto de condições esperado apenas para o fim do ano, depois do mês de setembro.
LEIA TAMBÉM:
VÍDEOS: incêndio atinge área do maior circuito de tirolesas da América Latina, no ES, e equipe da prefeitura fica cercada pelo fogo
Incêndios aumentam 73% no ES e agosto tem a pior semana do ano
Vídeo mostra incêndio de grandes proporções em área de mata em Colatina
Além da seca, queimadas
Se não bastasse a falta de chuva, o estado tem convivido com o aumento das queimadas. De acordo com números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) foram registrados, até segunda-feira (9), 425 focos de incêndio. O número é mais do que o dobro (127% de alta) do que o registrado no mesmo período do ano passado.
Devido ao aumento das queimadas, o governador Renato Casagrande (PSB) decretou situação de emergência no Espírito Santo.
Vídeos: tudo sobre o Espírito Santo
Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo

Adicionar aos favoritos o Link permanente.