Touro do ano, Mandraque desbanca favoritos no rodeio e passe valorizado chega a R$ 1,2 milhão


Com apenas 5 anos, animal atingiu média acima de 45 pontos e desbancou temidos Reza a Lenda, Relíquia do Tempo e Ancião. Na final de campeonato nacional, ele derrubou competidor em três segundos. Touro Mandraque faz 46 pontos em Barretos e vence como Touro do Ano na liga da PBR
Com nota de 46 pontos na final brasileira da Professional Bull Riders (PBR), o touro Mandraque derrubou o peão Deivid de Souza em três segundos, desbancou os bois mais temidos da temporada e levou o prêmio de Touro do Ano em Barretos (SP) (veja vídeo acima). De quebra, viu o passe valorizar de R$ 800 mil para R$ 1,2 milhão
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O bovino, que pertence a Wilsinho Salaroli, tem apenas cinco anos de vida. No retrospecto, teve tempo médio de queda de 2,13 segundos na temporada. De 12 montarias, cinco peões conseguiram superá-lo. Ele cresceu durante a competição e arrebatou o título de forma inesperada na noite deste domingo (18).
Provando que é mesmo “mandrake”, gíria usada na periferia para se referir a pessoas que se vestem inspiradas no funk e nas quebradas, o touro superou os consagrados e temidos Reza a Lenda, campeão em 2022, Relíquia do Tempo, que apresentava um bom desempenho e era o favorito, e Ancião, que também deu trabalho aos peões durante a temporada.
O prêmio de Touro do Ano é dado a partir da média das três melhores montarias em toda a liga. O restante das notas é descartado, já que não são todos os bois que pulam em todas as etapas. Mandraque tinha se classificado em último lugar, empatado com o boi Polo Sul na quinta colocação.
Deivid de Souza encara o touro Mandraque na final do campeonato brasileiro da PBR na Festa do Peão de Barretos 2024
Érico Andrade/g1
Com o auge atingido entre 7 e 8 anos, o jovem bovino surpreendeu ao ser consagrado com a pouca idade. Apesar disso, Salaroli garante que Mandraque sempre foi diferenciado e tem ainda muito potencial a ser mostrado nas arenas. O dono ganhou um prêmio de R$ 50 mil.
Segundo o pecuarista, com a vitória, o valor do touro salta de R$ 800 mil para R$ 1,2 milhão.
“Do mesmo jeito que o título de campeão brasileiro é o título mais importante para o competidor brasileiro, título de Touro do Ano da PBR é o título mais importante para o tropeiro, porque mostra que ele tem o melhor do Brasil, que ele tem o melhor touro, que ele fez o melhor trabalho. É muito difícil cuidar de um touro, ele é um atleta”, diz Jeremias Moraes, diretor de eventos da PBR.
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Touro não viria a Barretos e seria vendido
Há uma semana, o destino de Mandraque na final em Barretos ainda era incerto, pois o animal seria vendido por Wilsinho na última segunda-feira (12). Jeremias Moraes foi quem o convenceu a aguardar.
“Não estava esperando que ele pudesse ganhar. O Jeremias que me convenceu, falou ‘vamos [para Barretos] porque seu touro é bom e ele tem chance de ganhar Touro do Ano’. Eu pensei que era arriscado. A gente pensa que é um touro jovem, vai competir num evento daquele tamanho”, disse.
O tropeiro de Bragança Paulista (SP) atua com melhoramento genético e conta que normalmente vende os touros ainda jovens, para que outros criadores levem para as competições. Com a decisão arriscada, ele conseguiu valorizar o animal e consagrar um trabalho que realiza há 25 anos. Vários garrotes produzidos por ele cresceram e também foram longe e estão na liga, como o Ativo e o Americano.
O touro Relíquia do Tempo, um dos mais temidos da temporada, vence o peão João Paulo de Morais na final da PBR 2024 em Barretos, SP
Érico Andrade/g1
Características do Mandraque na arena
Um bom boi de rodeio deve preencher cinco quesitos principais: altura do pulo, altura do coice, o tempo e a direção do giro, a velocidade e a intensidade dos movimentos e a dificuldade que produz para que o peão fique em pé.
“A característica dele [Mandraque] é um pulo bem alto na largada, rodada para a direita. Ele tem muita intensidade, muito coice e muito giro, que são os quesitos mais exigidos pelos juízes. Um touro tem que escoicear que, não é mandar o pé alto, é a altura da anca dele. A traseira dele tem que ser o mais alto possível e ele chega a ficar a 90 graus”, diz.
Como ainda é jovem, Mandraque pode ficar ainda mais forte nos próximos anos, tornando-se o mais temido das arenas de rodeio.
Desempenho dos touros na final nacional
A nota final da montaria é formada pela soma dos desempenhos do touro e do competidor – cada um representa 50%, sendo que a pontuação pode chegar a 100 pontos.
Touros na Final Nacional em Barretos (18/08)
Touros derrubaram 9 de 10 peões na final
A prova que consagrou o mato-grossense Rogério Venâncio, de 23 anos, como campeão brasileiro da PBR foi disputada e teve várias reviravoltas, com larga vantagem aos touros, que não facilitaram a disputa e derrubaram 9 dos 10 finalistas na arena.
Apenas Vitor Manoel Dias, de Sales (SP), parou os oito segundos obrigatórios da prova em cima do touro. Ele venceu a disputa com Mercado Livre, porém terminou na quinta posição no campeonato.
Rogério Venâncio na disputa com o touro Ancião na última montaria da final brasileira da PBR 2024 na Festa do Peão de Barretos 2024
Érico Andrade/g1
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