Mulher vítima de atropelamento em série no Parque Halfeld, em Juiz de Fora, fala pela primeira vez do acidente: ‘Foi muito desesperador’


Talita Moreira e o marido passeavam pelo Centro da cidade quando foram atingidos por um carro de passeio. Mais de cinco meses depois, ela ainda aguarda o desfecho do caso, ocorrido no dia 9 de agosto do ano passado. Talita Moreira, vítima do acidente em Juiz de Fora, com o filho
TV Integração/Reprodução
“Foi um momento desesperador porque eu estava grávida de 24 semanas”. O desabafo é de Talita Moreira, uma das vítimas do atropelamento em série que deixou ao menos nove pessoas feridas no dia 9 de agosto do ano passado, no Parque Halfeld, em Juiz de Fora. Em entrevista à TV Integração, ela falou pela primeira vez sobre o acidente e como está a recuperação.
“Além de pensar em mim, pensava também no meu filho. Ficava muito preocupada, pois era um bebê muito pequenino no útero”, disse.
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Na época, a mulher e o marido passeavam pelo Centro da cidade quando foram atingidos por um carro de passeio, conduzido por um motorista de aplicativo de 74 anos. Segundo a polícia, o condutor se preparava para estacionar no local destinado ao embarque e desembarque de passageiros e acabou pressionando o pé no acelerador.
Passados pouco mais de cinco meses do acidente, a Polícia Civil informou que o inquérito policial continua em andamento e que outras informações serão divulgadas posteriormente. A reportagem não conseguiu contato com o suspeito ou com a defesa.
‘Não deu para ter nenhuma reação’
Filho da Talita Moreira, vítima do acidente do Parque Halfeld, em Juiz de Fora
TV Integração/Reprodução
Grávida de 24 semanas no dia do atropelamento, Talita estava na rua para comprar o enxoval do bebê, que nasceu alguns meses depois.
“Seguimos em direção ao Parque Halfeld, passamos perto de uma banca de jornal e ouvimos um barulho muito forte. Quando olhamos, já vimos o carro, e ele pegou a gente. Foi muito rápido, não deu para ter nenhuma reação. Eu caí em cima de um veículo que estava no sinal”, contou.
O automóvel também atingiu o marido da vítima, que não sofreu ferimentos graves. Ele ajudou a socorrer a esposa e a chamar o Samu. A técnica de enfermagem chegou a ficar quatro dias internada no Hospital Monte Sinai.
Uma das preocupações de Talita era não ter condições físicas de cuidar do filho, pois sofreu diversas fraturas e ferimentos.
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Grávida vítima de atropelamento no Parque Halfeld fala sobre acidente
Desgaste emocional e gasto financeiro
Além de todo o desgaste físico e emocional, houve também o gasto financeiro. A profissional de saúde contou que, após o acidente, ela e o marido receberam o contato do advogado do motorista que os atropelou.
“Ele perguntou se estava tudo bem, disse que o cliente tinha seguro e passou as informações com as quais a gente tinha que entrar em contato”, explicou.
À reportagem, Talita disse que a situação, no entanto, não foi resolvida e precisou acionar um advogado para entrar em contato com a defesa do homem.
“Eles não conseguiram se resolver entre eles, então precisamos entrar na justiça, porque o seguro também não deu a resposta. Estamos no aguardo para ver o que vão falar. Tenho plano no meu serviço, que não cobre tudo. Tive quase R$ 2 mil de gastos apenas com o acidente. Fiquei internada, fiz exames e ainda faço acompanhamento médico. Financeiramente, não tive retorno nenhum ainda”, finalizou a vítima.
Relembre o caso
Atropelamento no Parque Halfeld, em Juiz de Fora, deixou ao menos 9 pessoas feridas, foto de arquivo
Paula Spencer/Arquivo Pessoal
O atropelamento em série aconteceu no dia 9 de outubro de 2024, no Parque Halfeld, no Centro de Juiz de Fora.
O motorista de aplicativo, de 71 anos, teria perdido o controle do veículo e preso o pé no acelerador.
Pelo menos 9 pessoas ficaram feridas na ocorrência.
Ele fez o teste do bafômetro, que não detectou a presença de bebida alcoólica.
Um inquérito foi aberto pela Polícia Civil para investigar o caso.
O condutor responde ao processo em liberdade.
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