Dólar abre em leva baixa, de olhos em questões geopolíticas


No dia anterior, a moeda norte-americana avançou 0,29%, cotada a R$ 5,7119. Já o principal índice da bolsa de valores subiu 0,26% e encerrou aos 128.552 pontos. Notas de dólar.
Luisa Gonzalez/ Reuters
O dólar abriu em leve baixa nesta terça-feira (18), em um dia sem a divulgação de nenhum dado econômico aqui ou lá fora, mas com atividades geopolíticas globais no radar dos investidores.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
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No dia anterior, a moeda americana teve alta de 0,29%, cotada a R$ 5,7119.
Com o resultado, acumulou:
avanço de 0,29% na semana;
recuo de 2,15% no mês; e
perdas de 7,57% no ano.

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Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice teve alta de 0,26%, aos 128.552 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,26% na semana;
ganho de 1,91% no mês;
alta de 6,87% no ano.

O que está mexendo com os mercados?
A semana começou com o mercado brasileiro de olho em novos indicadores da atividade econômica do país.
O IBC-Br, considerado a prévia do PIB, indicou um crescimento forte da economia brasileira em 2024, apesar de uma contração de 0,70% na atividade medida em dezembro.
Para este ano, no entanto, especialistas esperam ver uma desaceleração da economia, em um reflexo dos recentes aumentos da Selic (taxa básica de juros), que atualmente está em 13,25% e com indicação de mais aumentos nos próximos meses.
Juros elevados tornam a tomada de crédito mais cara, o que tende a reduzir o consumo das famílias, principal motor da economia.
“Ao longo de 2024 diversos fatores impulsionaram a atividade econômica, com destaque para a taxa de desemprego em mínimas históricas, aumento dos salários, melhores condições de acesso para o crédito e uma forte elevação dos benefícios sociais. Contudo, o último trimestre do ano passado já sinalizou para um esgotamento dos vetores que impulsionaram a atividade diante de uma política fiscal e monetária mais restritivas”, explica Rafael Perez, economista da Suno Research.
Nesse sentido, o Boletim Focus — relatório semanal do BC que reúne as projeções de economistas do mercado financeiro para diferentes indicadores —, também divulgado nesta segunda-feira, mostra uma redução nas expectativas para o PIB deste ano, caindo de 2,03% para 2,01%, ao passo que as projeções para a taxa Selic indicam os juros a um patamar de 15% ao ano até o fim de 2025.
E mesmo com a perspectiva de juros altos por mais tempo, as projeções para a inflação anual também voltaram a subir, passando de 5,58% para 5,60% de uma semana para outra.
Com esse número, a inflação está acima da meta do BC. A partir de 2025, com o início do sistema de meta contínua, o objetivo é de 3% – e será considerado cumprido se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Pelo sistema de metas, o BC tem de calibrar os juros para tentar manter a inflação dentro do intervalo existente. Para isso, a instituição olha para frente, pois a Selic demora de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia. Neste momento, por exemplo, o BC já está mirando na expectativa de inflação calculada em 12 meses até meados de 2026.
Para 2026, a expectativa para a inflação subiu de 4,30% para 4,35%. Foi o oitavo aumento consecutivo no indicador.
Por fim, outro fator que segue no radar dos investidores são os planos tarifários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na semana passada, o presidente norte-americano anunciou tarifas recíprocas a países que cobram taxas de importação de produtos norte-americanos.
Além de citar o Brasil, o chefe de Estado dos EUA também afirmou que os países do BRICS — grupo de coordenação econômica formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — podem sofrer uma taxa de no mínimo 100% se quiserem “brincar com o dólar”.
*Com informações da agência de notícias Reuters

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