Projeto da UFMT para criação de instituto nacional com foco em besouros é aprovado por Conselho

No último dia 20, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico divulgou o resultado preliminar da chamada para novos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT). A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) se destaca entre as 121 candidaturas selecionadas, com a proposta sob a coordenação do professor doutor Fernando Zagury Vaz de Mello, do Instituto de Biociências, para a criação do Instituto Nacional de Coleoptera (INCol).

O pró-reitor de Pesquisa da UFMT, professor doutor Bruno Araújo, enfatizou a importância desta conquista, que fortalece a presença da UFMT em iniciativas de pesquisa de grande relevância nacional. “Trata-se de um marco para a UFMT, que reafirma a excelência de nossos pesquisadores e pesquisadoras. A aprovação de um INCT na UFMT, assim como a participação de nossos pesquisadores em INCTs de outras instituições, têm um impacto importante nos indicadores institucionais da UFMT em pesquisa e inovação”, ressaltou.

O INCol reúne ao todo 78 coleopterólogos de 50 instituições, tanto nacionais quanto internacionais, e 40 coleções científicas e será coordenado pelo professor doutor Vaz-de-Mello que é bolsista produtividade em pesquisa do CNPq nível 1A e curador da Coleção Entomológica de Mato Grosso Eurides Furtado, uma das maiores coleções de Coleoptera da América Latina, que está associada ao Núcleo Interdisciplinar de Estudos Faunísticos (NIEFA) do IB/UFMT e ao Centro de Pesquisas em Coleções Zoológicas da UFMT.

Os besouros, membros da ordem Coleoptera, exercem funções ecológicas e econômicas essenciais, como a reciclagem de nutrientes e o controle de pragas; além disso, muitas espécies de Coleoptera são relevantes pragas de cultivos e de material armazenado. Apesar de sua importância, os pesquisadores enfrentam o desafio da identificação e classificação taxonômica desses insetos, dos quais existem quase meio milhão de espécies conhecidas, representando cerca de 40% dos insetos e um quarto das espécies de animais do planeta.

“O INCol permitirá melhorar a identificação das espécies registradas no Brasil e propor soluções tecnológicas eficazes para o manejo de pragas e a conservação de espécies e habitats”, explicou o coordenador Fernando Zagury Vaz de Mello, através da assessoria da universidade.

O INCol se desenvolverá em três eixos principais: taxonomia: este eixo foca na capacitação de recém-doutores em taxonomia para auxiliar na identificação e curadoria de bases de dados, como o Catálogo Taxonômico da Fauna do Brasil (CTFB), além da utilização de Inteligência Artificial para acelerar o processo de descrição de espécies; ecologia e conservação: serão propostos avanços metodológicos para utilizar os coleópteros como indicadores e avaliar a conservação das espécies e interesse econômico: este eixo criará uma rede para identificar espécies de interesse econômico e desenvolver estratégias de manejo.

“Por meio da associação destes três eixos, o INCol combina pesquisa de ponta, inovação tecnológica e aplicação dos resultados, oferecendo soluções estratégicas para desafios nacionais e globais relacionados aos coleópteros”, destacou o professor.

Outra inovação do INCol será a aproximação da sociedade por meio de um plano de divulgação científica, que incluirá abordagens digitais e interativas, informou a coordenação.

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